Conhecemos a incrível Muralha da China em Mutianyu, pertinho de Pequim, e reunimos aqui as dicas para um passeio sem correria, sem lugares lotados e com opções econômicas.
Quando a gente pensa em realizar o sonho que é conhecer a Muralha da China, normalmente imaginamos que é só chegar em Pequim, capital do país, e ir até a tal muralha.
Mas não é tão simples assim. Para ter a melhor experiência possível leia esse post até o final, e pode deixar um comentário se tiver alguma dúvida 🙂
Nós visitamos a Muralha da China de Mutianyu quando estivemos em Pequim, em nossa viagem de quase 3 meses pela China. Leia mais sobre a cidade aqui:
- O Que Fazer em Pequim: Roteiro de 1, 2, 3 ou 4 Dias
- Dicas: Palácio de Verão (Pequim) Sem Perrengue!
- Muralha da China: Badaling – Trecho Alternativo Não Restaurado!
E se você ainda está planejando sua viagem pela China, não deixe de ler nossas dicas.
Nós viajamos por conta própria e passamos muito perrengue até entender enfim como funciona esse país tão diferente, e graças a isso escrevemos muitos textos completinhos para te ajudar em sua viagem:
Índice
História da Muralha da China
O objetivo da construção dessa imensa muralha, protegendo as fronteiras históricas da antiga China, foi manter grupos invasores fora dali, principalmente os mongóis.
Bem, isso é o que os guias contam, mas na verdade a Muralha começou a ser construída mais de um milênio antes da ascensão de Genghis Khan e seu império.
O motivo real do início da construção ninguém sabe ao certo.
Pode ter sido para enviar prisioneiros, como num campo de trabalhos forçados; pode ter sido para empregar tantos soldados na Muralha que o exército ficaria afastado da capital, evitando rebeliões, ou para empregar os soldados que estavam sem fazer nada em tempos de paz; e pode também ter ocorrido pela obsessão por segurança do chefe de Estado da época.
Alguns trechos da Muralha da China foram construídos lá pelos anos 200 antes de cristo pela dinastia Qin, do primeiro imperador da China.
A muralha foi reconstruída e melhorada ao longo dos séculos, e a maior parte do que resta hoje é da dinastia Ming, dos anos 1.300 a 1.600, e aqui sim o motivo foi a ameaça do império mongol. Alerta de spoiler: não adiantou nada, pois os mongois passaram fácil pela Muralha.
No total, estima-se que foram construídos mais de 21 mil quilômetros de muralha!
A Muralha da China é uma das 7 Maravilhas do Mundo Moderno. Clique aqui para ver a lista completa.
Passeio de Pequim: Muralha da China Badaling ou Mutianyu?
O primeiro passo para um bom passeio é escolher qual pedacinho da muralha você vai visitar.
Perto de Pequim há vários trechos abertos para turistas. Alguns mais restaurados e mais famosos, e outros menos.
A parte mais pop da Muralha da China é, sem sombra de dúvidas, um trecho chamado Badaling.
Depois de pesquisar bastante e entender que aquele é o lugar mais lotado de turistas e também o lugar menos “original”, nós decidimos não ir lá.
O problema é que quando a gente fala de um lugar “lotado de turistas” na China, que tem mais de 1 bilhão de pessoas que amam viajar e conhecer o próprio país, nós estamos falando de milhares e milhares de pessoas ao mesmo tempo em cima da muralha, disputando para tirar suas selfies e conseguir ouvir o guia turístico berrando num megafone.
O outro ponto negativo de Badaling é que nesse trecho a Muralha da China passa por restaurações constantes para suportar a enxurrada de turistas, então você verá uma muralha reluzente e novinha em folha, nada autêntica.
Foto: Dolly442 at English Wikipedia [CC BY-SA]
Para os viajantes que não querem isso, como nós, a principal alternativa é conhecer a Muralha da China em Mutianyu, um trecho reconhecido pela beleza de seus arredores e por receber um número bem menor de turistas.
O que pouca gente conhece é um outro trecho da Muralha da China, também pertinho de Badaling, que passou por pouca restauração e que fica sempre vazio, mesmo nos maiores feriadões chineses.
O mais legal desse trecho menos famoso de Badaling é a chance de se hospedar bem pertinho da Muralha da China, no Leo Great Wall Hostel.
Nesse post vamos falar detalhadamente sobre como foi nossa incrível visita à Muralha de Mutianyu, e também quanto custou.
Em outro texto aqui do blog você pode ler mais sobre o trecho de Badaling, no qual falamos do trecho menos restaurado e mais vazio e de onde nos hospedamos aos pés da muralha:
Outra opção muito legal, embora longe de Pequim, é conhecer o final da Muralha da China, na fronteira com a Coreia do Norte.
Nós viajamos para a Coreia do Norte e paramos na cidade de Dandong na volta, de onde conhecemos esse trecho lindo da muralha. Leia mais sobre essa viagem aqui:
- Dandong: O Final da Muralha da China na Fronteira com a Coreia do Norte
- Turismo na Coreia do Norte: Como Funciona
- Coreia do Norte: Curiosidades Que Observamos em Nossa Viagem
- Coreia do Norte: Cidades Que Conhecemos em 8 Dias de Viagem
Muralha da China: Mutianyu
Dá pra chegar em Mutianyu por conta própria, usando transporte público, mas o trajeto envolve pegar alguns ônibus e até um táxi e/ou carona.
Desse jeito, o gasto com passagens é entre 40 e 50 yuan ida e volta, sem incluir o táxi (que é preço negociável com alguém que só fala chinês).
Cotação (janeiro/2022): 1 yuan = R$0,89
Esse valor não inclui a entrada da Muralha, da qual nós falamos mais abaixo.
Como o Google Maps não funciona na China, a não ser que você tenha um VPN, nós disponibilizamos os mapas das cidades que visitamos no país, com os pontos de interesse, para você usar offline. Clique aqui para baixar.
Se você ainda não sabe, na China todos os apps e ferramentas do Google são bloqueados, tais como o Gmail, Google Maps e Google Tradutor.
Sem falar no Facebook, Instagram, Youtube, Pinterest, Whatsapp e diversos outros sites e apps que você simplesmente não vai conseguir usar.
O jeito de evitar esse problema é instalando um VPN em seu smartphone e notebook.
O Express VPN funciona bem, permite cancelamento até 30 dias de uso e ainda te deixa conectar 4 dispositivos por vez. Clique aqui para instalar e leia nosso post sobre o assunto para entender melhor: Tudo Sobre Internet, VPN e Apps Para Sua Viagem.
Clique aqui para baixar nossos mapas e usar offline. Dá pra abrir esses mapas em vários apps, mas nós recomendamos o Maps.Me, que foi o que usamos, e funciona muito bem.
Basta instalar o Maps.Me, baixar o nosso mapa que você vai usar, e abrir com o app.
Atualização 2024: Alguns leitores viajaram para a China recentemente e não conseguiram acessar as ferramentas do Google nem mesmo com VPN.
Esse mapa off line de Mutianyu é ótimo para você entender melhor as distâncias entre as torres que vou explicar mais abaixo.
Uma alternativa que nós usamos e aprovamos demais é um ônibus turístico chamado Mubus. A iniciativa deles é oferecer transporte até Mutianyu, mas sem a chatice de um passeio em grupo.
O guia não vai te acompanhar o tempo todo pela Muralha e você não vai precisar ficar esperando outras pessoas.
As informações são passadas por um funcionário no ônibus (em inglês) e, ao chegar em Mutianyu, cada um faz o que quiser. Basta voltar para o ônibus no horário marcado e está tudo certo.
Os ônibus da Mubus vão para Mutianyu em dois horários: 7h30 da manhã ou meio dia. Nós escolhemos ir na parte da tarde, que é mais vazia e menos quente para quem viaja no verão, como era nosso caso.
Nós reservamos nossos lugares no ônibus pelo site deles (clique aqui para acessar) e só foi preciso comparecer ao local combinado com nossos nomes.
O pagamento é feito no ônibus (em dinheiro), e não antecipadamente. São 80 yuan por pessoa pra ir e voltar, sem incluir a entrada da Muralha. O ponto de encontro é o Swiss Hotel, perto do metrô Dongsi Shitiao.
Nós não ganhamos nada por promover a Mubus. É só que essa é de longe a melhor opção pra visitar Mutianyu, então não deixaríamos fora das dicas aqui no blog.
Mutianyu: Teleférico, Tobogã e Cadeirinha
A Muralha da China fica bem no alto da montanha, e o ônibus não chega até lá. Em Mutianyu você tem várias opções para subir e descer da muralha, o que pode ser bem confuso, então a gente vai explicar tudinho aqui.
A primeira parada do ônibus é na bilheteria para comprar as entradas. Indo por conta própria, será necessário fazer uma caminhada muito longa desde a bilheteria até as subidas da Muralha ou pagar mais 15 yuan num ônibus especial.
Uma das grandes vantagens da Mubus que citamos acima é que os ônibus dessa empresa são os únicos que podem seguir da bilheteria pras entradas da Muralha. Até o povo que vai com agência tem que desembolsar esses 15 yuan.
O trecho de Mutianyu é dividido em 20 torres, sendo que as mais bonitas são da 14 à 20.
O teleférico (bondinho) sobe do estacionamento, bem perto da parada do ônibus, para a torre 14, de onde você caminha por 1-2 horas para chegar até a torre 20, e depois volta até a 14 para descer com o teleférico.
Essa ida e volta com o teleférico custa 120 yuan.
Outra opção bem mais legal que o teleférico é subir de cadeirinha (tipo essas que tem em estações de esqui) e descer escorregando no tobogã.
Sério, gente! Um tobogã para descer escorregando da Muralha da China! Só os chineses mesmo pra fazer um negócio desses.
A ida de cadeirinha + volta de tobogã custa 120 yuan.
O problema dessa segunda opção, tão divertida, é que a subida é para a torre 6, de onde não se tem as vistas mais bonitas da Muralha da China.
Existe a opção de subir com o teleférico (100 yuan só de ida), andar até a torre 20, voltar caminhando até a torre 6 e de lá descer o tobogã (100 yuan só a descida).
O problema é que assim você vai ter que caminhar MUITO e talvez não chegue a tempo para pegar o ônibus. Lembre-se que andar por cima da muralha não é tão fácil: são diversas escadas irregulares e subidas e descidas que não acabam mais.
A opção mais cômoda, e que acaba custando 40 yuan a mais que a anterior, é fazer tudão: subir de cadeirinha até a torre 6, curtir essa primeira vista da muralha e andar um pouquinho em volta (sem ir muito longe), e descer com o tobogã. Ao chegar lá embaixo, subir de teleférico para a torre 14, caminhar até a torre 20 e voltar para descer com o teleférico.
Essa foi a opção que nós escolhemos e ficamos muito felizes por ter feito. O tobogã é divertido demais para ficar de fora, e a vista da torre 20 é maravilhosa demais para ser deixada de lado.
Somado ao gasto dessas subidas e descidas da muralha, some mais 40 yuan do ticket de entrada em Mutianyu.
Um resuminho das opções e dos gastos:
- 80 yuan do ônibus ida e volta com a Mubus (ou entre 40 e 50 yuan por conta própria + 15 yuan do ônibus especial da bilheteria)
- 40 yuan de entrada em Mutianyu
- Opção A: 120 yuan para subir de cadeirinha e descer de tobogã (torre 6)
- Opção B: 120 yuan para subir e descer de teleférico (chega na torre 14, vai a pé até torre 20 e volta pra 14)
- Opção C: 200 yuan para subir de teleférico e descer de tobogã (andando muito para chegar a pé da torre 14 até a 20 e depois de volta até a 6)
- Opção D: 240 yuan para fazer as opções A e B completas, sem ter que andar demais e sem deixar nada de fora.
Fazendo a opção D, que nós recomendamos demais, gastamos 360 yuan por pessoa. Foi caro, mas valeu a pena! A Muralha da China é uma vez só na vida, e descer de tobogã a Muralha da China é algo pra contar pros netos.
Ainda existe uma Opção E, que é subir a montanha a pé! Nós somos amantes de trilhas e adoramos conhecer os lugares com nossas próprias pernas, mas subir essa montanha de Mutianyu seria certamente muito cansativo, e quando chegássemos lá em cima ainda teríamos que andar um monte para alcançar os lugares mais bonitos.
Mas é uma opção para quem está em boa forma e disposto a ir para Mutianyu usando transporte público, para poder ficar o dia todo. Os caminhos a pé estão marcados no app Maps.me.
Mutianyu: Informações Adicionais
Dentro do ônibus, na ida, o guia da Mubus vai te explicar direitinho (em inglês e parece que às vezes tem um guia brasileiro no ônibus) todas essas opções e coletar o dinheiro para comprar os tickets.
A viagem de Pequim até Mutianyu demora cerca de 1h30. A volta costuma ser mais demorada na parte da tarde, pois pega o horário de pico.
Leve bastante água para tomar na muralha e alguma comidinha, pois as lojinhas que tem lá em cima cobram preços ABSURDOS.
Perto da estação do teleférico (embaixo) tem um Subway e outras lanchonetes com um preço razoável. Nós chegamos lá antes do horário combinado e tivemos tempo de comer.
Seguro Viagem Para a China
A China é sim um país muito seguro, mas isso não significa que você não deva ser precavido.
Um seguro viagem irá te ajudar em diversas situações, como em caso de acidentes e até extravio de bagagem, dependendo da cobertura que você selecionar.
Um seguro viagem na China irá te ajudar a transpor a barreira linguística em situações de necessidade. E o mais importante: você consegue contratar um seguro com cobertura COVID-19.
Nas nossas viagens nós sempre comparamos os preços e vantagens de cada operadora em sites diferentes, de modo a encontrar o melhor custo/benefício. Os melhores são a Seguros Promo e a Real Seguro.
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Onde Ficar em Pequim – China
Por ser uma cidade tão grande, é complicado escolher onde ficar em Pequim.
Nós não conseguimos hospedagem no centro porque estava muito caro, já que era um feriadão chinês.
Pequim é uma cidade bem mais cara do que o resto da China, mas os preços não são absurdos em época normal.
Estávamos com receio de ficar num bairro afastado e de ser perigoso ou difícil de alcançar os locais turísticos, mas depois que chegamos lá percebemos que esse medo era totalmente infundado.
A China é um país muito seguro e, por ter muita gente, todos os bairros pelos quais passamos eram bem movimentados, com muito comércio e transporte público fácil.
A dica básica é tentar se hospedar dentro do 2nd Road Ring de Pequim, que é essa estrada circular (meio retangular, na verdade) que rodeia o centro de Pequim.
Outro ponto essencial é ficar perto de uma estação de metrô. Aliás, essa é a dica mais importante com certeza! O metrô de Pequim é excelente e fácil de usar, então acaba sendo a melhor maneira de chegar aos pontos turísticos.
Nós estivemos em Pequim em duas ocasiões diferentes, e na segunda, por já conhecer a cidade, escolhemos uma hospedagem mais barata, fora do 2nd Road Ring, perto da Estação Beijing West. Mesmo ali encontramos tudo que precisávamos.
Da primeira vez que fomos pra Pequim, ficamos hospedados perto do metrô Nanluoguxiang e adoramos. Ali é a área dos Hutongs, com uma rua de pedestres maravilhosa (South Luogu Alley) para comer e se afundar no clima chinês.
Para ficar ali perto, as boas opções são:
- Se você viaja gastando pouco como nós, um bom hostel na região é o Beijing Drum Tower Internacional Youth Hostel:
- Se você prefere os confortos de um hotel, escolha o The Orchid Hotel, que fica no meio das casinhas antigas (os rústicos e lindos Hutongs).
- Ou o Nostalgia Hotel Beijing, perto do Lama Temple:
Se você faz questão de ficar mais perto do coração de Pequim, há boas opções perto da Praça da Paz Celestial.
Nós não achamos tão legal ficar por ali porque o comércio não é tão agitado (como sempre é na China) e tudo é beeeem mais caro.
Pra quem é viajante econômico, o Leo Hostel é a melhor opção por ali, sem dúvidas. Nós ficamos em outro hostel do mesmo dono em Badaling, perto de um trecho não restaurado da Muralha da China, e foi ótimo.
Para quem prefere ficar em hotel, prepare-se para pagar um preço alto.
- Algumas opções mais econômicas são o Citytel Inn e o Hotel Kapok.
- Agora se você quer viver uma experiência incrível, escolha sem medo ficar no Mandarin Oriental Wangfujing ou no Waldorf Astoria Beijing.
Pra quem curte balada e ares mais modernos, o melhor bairro a se hospedar é o Sanlitun.
Lá você encontra bares e boates, shoppings e comércio aos montes. Também é perto do metrô, então fica fácil conhecer a cidade.
- Pra os mochileiros, o Hostel Yolo e o The One Hostel são as melhores opções.
- Para quem prefere ficar em hotel, o Oriental Garden é maravilhoso e super bem localizado, assim como o Poly Plaza.
- E pra ficar hospedado em Pequim em alto estilo, aposte no moderno The Opposite House.
Essas são algumas sugestões de locais super bem localizados e avaliados pelos hóspedes.
Para garantir uma hospedagem com ótimo custo x benefício em Pequim é preciso reservar com antecedência.
Mas se você tiver dificuldades em conseguir se hospedar em algum desses lugares que mencionamos aqui (ou próximo deles), não esquente a cabeça demais.
Lembre do que eu disse lá em cima: Pequim é uma cidade segura e agitada. Leia bem as referências do hotel, veja se tem metrô por perto e mande bala.
Só não se afaste demais do 2nd Road Ring para não ter que fazer viagens longas demais no metrô, atravessando a (gigantesca) cidade.
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Que sonho estar aí hein! Adorei saber tantos detalhes sobre a Muralha da China, um lugar que está na minha bucket list.
Uma das coisas que mais gostei na viagem a China foi a Muralha. Definitivamente incrível!
Que incrível a experiência de visitar a muralha da China. Não sabia que era tão, tão antiga. Sensacional o passeio de tobogã!
Também optei por conhecer a muralha num trecho menos turístico e foi ótimo! Não foi nesse trecho, mas tive a muralha só pra mim num lindo por do sol, recomendo demais!
Adorei reviver e Muralha da China pelo seu relato! Eu AMEI ter conhecido e quero muito voltar.