Como Usar o Workaway (+ Nossas Experiências)

workaway

O Workaway, junto com o Helpx e o WorldPackers, é um dos maiores sites de trabalho voluntário que conhecemos.

Ambos oferecem serviços bem similares: como viajante, você paga uma taxa anual para criar um perfil, e então pode entrar em contato com pessoas do mundo inteiro que estão dispostas a receber voluntários.

Essas pessoas que recebem os viajantes são chamadas de hosts (anfitriões) e é possível visitar seus perfis, filtrando por continente, país e região.

Nós utilizamos sempre o Workaway, então vamos contar nossas experiências baseadas nesse site.

A maioria dos trabalhos oferecidos são em hostel ou hotel, fazendas, escolas de idiomas, e todo tipo de projeto social/de caridade.

Como Usar o Site do Workaway

Depois de criar seu perfil e completá-lo com detalhes sobre você, o tipo de viagem que vai fazer e quais suas expectativas com o trabalho voluntário, você tem 2 opções para começar o contato com os hosts.

A mais comum é fazer uma pesquisa para o país que se deseja visitar, acessar os perfis que achar interessante e entrar em contato com eles, se oferecendo para ser voluntário.

No começo nós ficávamos um pouco perdidos com os perfis, e acabávamos enviando duas mensagens pro mesmo host, além de muitas mensagens que nunca tiveram resposta.

Para evitar isso, você pode usar alguns macetes:

Perfil do Anfitrião no Workaway

Logo no início da página, ao lado da foto de perfil do host, existe uma tabela com muitas informações importantes:

como fazer trabalho voluntário pelo workaway
  • Host Rating é a nota média que os voluntários anteriores deram para esse anfitrião. Quanto maior a nota, maiores as chances de uma boa experiência.
  • Feedback são os relatos deixados por esses voluntários. Quanto mais feedbacks o host tiver, maior a chance de ele ser um membro ativo e experiente no
  • Last activity é a data do último login do host. Se o perfil estiver inativo há meses, isso significa que as chances de você obter uma resposta são bem pequenas.
  • Reply Rate é a taxa de resposta do host, ou seja, quanto ele responde ou deixa de responder às mensagens dos candidatos a voluntários. Quanto maior o reply rate, melhor.
  • Average Reply Time é a média de tempo que ele demora para responder as mensagens, então quanto menor, melhor.

Escolhendo um Anfitrião no Workaway

Embaixo dessa tabela você encontra um calendário de meses, onde cada um possui uma cor que indica a disponibilidade do host para receber voluntários: verde é disponível, amarelo é parcialmente disponível e vermelho é totalmente indisponível.

Quando a gente gosta muito de um perfil, mesmo que o mês que queremos esteja marcado como indisponível, nós enviamos uma mensagem exprimindo nosso interesse.

Às vezes acaba dando certo, principalmente se você for experiente na área que eles estão procurando.

Depois de ver se o host é ativo e experiente, o passo seguinte é ler as informações do perfil, que são basicamente a descrição do tipo de ajuda que eles procuram, quais idiomas eles falam e que tipo de acomodação eles oferecem.

Outra tabelinha que a gente olha de cara pra filtrar os hosts é essa:

como fazer trabalho voluntário pelo workaway

Como temos um blog para manter na ativa, não podemos ficar com hosts sem internet ou com internet limitada.

Pra quem está querendo se isolar um pouco, um lugar com pouca ou nenhuma internet pode ser interessante.

A questão de bichos de estimação é revelante, acredito eu, para quem tem alergia ou algo assim. Pra gente, ter bichinhos pra brincar e fazer carinho é só mais uma vantagem.

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A cadelinha do hostel em León

A questão de ser fumante ou não também pode ser significativa para quem fuma ou para quem tem alergia/pavor de fumaça de cigarro.

como fazer trabalho voluntário pelo workaway

Voltando pro começo da página você pode visualizar um mapa com a localização aproximada do host, clicando em “Map”, e enviar uma mensagem em “Contact”.

Nós temos o costume de fazer uma pesquisa ampla para a cidade/país de nosso interesse e, antes de enviar mensagens, salvamos os interessantes usando o botão “add to my host list”.

Também usamos muito a ferramenta “add a personal note for this listing”, onde você pode gravar um comentário (visível só para você) sobre o host. Por exemplo: “está como indisponível para o mês que queremos, ficar de olho caso apareça disponibilidade”, ou então uma nota rápida para se lembrar de quem é aquele, tipo “cuidar de cachorros na Albânia” ou “hostel super badalado com piscina em Budapeste”.

Nossas Experiências no Workaway

Já tivemos 4 expêriencias como voluntários pelo Workaway, sendo que 2 foram maravilhosas, 1 cumpriu o prometido mas não nos agradou totalmente e 1 nós desistimos depois de alguns dias.

Tipo de Host / Acomodação

Como já dissemos ali em cima, você pode encontrar todo tipo de gente procurando voluntários.

Nossas 4 experiências foram em hostel, sendo que em 2 deles ficamos em dormitório compartilhado, junto com os hóspedes, e nos outros 2 tivemos um quarto privado.

Cada um vai especificar o tipo de acomodação que oferece no prórpio perfil, então fique de olho nessa informação.

Localização

Pelo Workaway é possível encontrar host em quase todos os países do mundo. Nossas experiências foram no Brasil (Jericoacoara), Nicarágua (León), Argentina (Bariloche) e Eslováquia (Nitra).

Leia mais:

Tempo de Voluntariado no Workaway

Isso é algo importante de ser combinado na troca de mensagens com o host.

No nosso primeiro trabalho, em Jeri, nós deixamos em aberto. Enquanto estivesse bom para todo mundo, continuaríamos lá. Ficamos quase 2 meses e tivemos de ir embora por motivo de trabalho de verdade (risos).

Na Nicarágua nós havíamos combinado de ficar 3 semanas, mas depois de 3 dias deu pra ver que a vibe do hostel não combinava com a nossa, além do trabalho ser muito mais pesado do que imaginávamos (jardinagem).

Em Bariloche combinamos de ficar exatamente 4 semanas, e assim fizemos. Outra vez, a vibe do hostel não era exatamente a nossa, e o dono era uma pessoa um pouco difícil de lidar, mas a situação toda se desenrolou sem conflitos e ficamos de boa pelo fato de ter um quarto privado e muitos hóspedes com quem conversar sempre, além dos outros voluntários.

Na Eslováquia, ficamos 3 semanas e foi o oposto dessa experiência na Argentina: a vibe do hostel era maravilhosa e os gerentes super gente fina, embora a cidade de Nitra não fosse muito turística e recebêssemos pouquíssimos hóspedes no meio do inverno congelante.

workaway
Trabalho duro. Eles no video game e eu na sinuca

Carga Horária e Folgas

É absolutamente essencial deixar muito bem combinado quantas horas por dia você irá trabalhar e quantas folgas você terá por semana.

Geralmente o host já deixa isso explícito no perfil dele. Atentar para o detalhe de que, se você estiver viajando em casal, como nós, muitas vezes as folgas não poderão ser no mesmo dia para os 2.

Nós trabalhamos em esquemas bem diferentes em cada host:

Em Jeri trabalhávamos 5h por dia, em turnos revezados entre 3 voluntários (manhã, tarde e noite). As folgas eram acumuladas (1 dia de folga por semana trabalhada) para serem tiradas de uma só vez ao fim do período.

Nossa equipe em Jericoacoara

Esse esquema é bem ruim, afinal você vai ter que trabalhar todos os dias sem interrupção. Pra gente foi ainda pior, porque soubemos que íamos embora de um dia pro outro e ficamos sem tirar folga nenhuma.

Na Nicarágua, os hosts esperavam que trabalhássemos 4h por dia, a nosso critério de escolher a hora e se íamos trabalhar juntos ou em turnos.

Para cada 5 dias trabalhados, tínhamos 2 de folga, sendo que poderíamos tirar juntos. Embora pareça legal, essa flexibilidade de trabalhar quando quiser acabou deixando um clima estranho.

Como o trabalho era de jardinagem, acordávamos bem cedo pra fazer o que era preciso antes do sol ficar muito forte, e voltávamos pra cama.

Eles não viam a gente trabalhando, porque ainda não tinham acordado, e ficava uma sensação de que a gente não estava cumprindo o combinado. Esse foi um dos motivos que nos levou a desistir de ficar lá.

Em Bariloche, nós éramos uma equipe imensa de voluntários, às vezes 6 ou 7 ao mesmo tempo.

Dessa vez somente um de nós trabalhou, e o outro pagou pela hospedagem porque estava trabalhando num projeto on line e precisava se dedicar a isso.

Essa é uma opção bem legal para casais viajantes onde só um quer trabalhar e o outro quer ficar de boa pagando pelo hostel (mesmo porque essa situação abre espaço pra negociar o valor da diária).

Lá eu trabalhava 4h por dia, em turnos na manhã, começo da tarde, fim da tarde ou noite, e tirava 2 dias de folga por semana. Quem combinava os turnos e as folgas éramos os voluntários mesmo.

Na Eslováquia foi nossa experiência mais tranquila. Por ser uma cidade pouco turística, em pleno inverno, havia poucos hópedes e consequentemente pouco trabalho, então fazíamos um mutirão pela manhã, todo mundo trabalhando ao mesmo tempo, e em menos de 2h estávamos livres pra curtir a neve pelo resto do dia.

Além de trabalhar pouco, ainda podíamos tirar 2 folgas por semana. O trabalho era tão de boa (e o frio lá fora tão grande) que acabamos tirando menos folga do que podíamos.

Tipo de Trabalho

Claro que isso depende do lugar pra onde se vai. Como ficamos sempre em hostel, seguimos mais ou menos um padrão.

O trabalho em um hostel é basicamente café-da-manhã, limpeza e recepção. Se você quer saber quanto trabalho terá, uma informação que pode te ajudar é se o hostel tem uma pessoa/equipe contratada para limpeza ou não.

Das nossas 4 experiências, somente em Jeri tínhamos uma ajudante contratada que cuidava do café e do trabalho mais pesado pela manhã, enquanto os voluntários procuravam manter tudo limpo e organizado pelo resto do dia.

Em Bariloche e na Eslováquia fazíamos 100% da limpeza, sendo que em Bariloche cada cômodo era limpo/organizado em um turno diferente, e o da manhã era responsável pelo café.

Na Eslováquia nós fazíamos um mutirão de limpeza, como eu disse ali em cima, e elegíamos um voluntário por dia pra acordar um pouco mais cedo e servir o café.

Em Bariloche, no turno da noite, ainda tínhamos o trabalho de servir cerveja e drinks no bar do hostel, o que era beeem tranquilo.

como fazer trabalho voluntário pelo workaway
Pale Ale em Bariloche <3

No que se trata do trabalho de recepção, cada hostel tem seu jeito: alguns deixam tudo nas mãos dos voluntários, inclusive recebimento de dinheiro, e outros preferem cuidar disso eles mesmos.

E se eu não estiver gostando?

Infelizmente passamos por isso na Nicarágua, e depois de discutirmos o que fazer, optamos por ser absolutamente honestos: dissemos que eles (os gerentes) eram pessoas maravilhosas, mas que o hostel era um pouco diferente do que a gente queria (era um “hostel boutique”, todo arrumadinho e gourmet, o total oposto da bagaceira que a gente gosta), e que o trabalho de cuidar do jardim estava além da nossa disposição física.

Pedimos desculpas e fomos embora. Até deixamos uma referência positiva para eles, dizendo o quanto eles eram gente fina e o hostel era arrumadinho e organizado, pra quem curte.

Vale a Pena Fazer Trabalho Voluntário pelo Workaway?

Depois dessas 4 experiências tiramos a conclusão de que o trabalho voluntário, mesmo em hostel, vai muito além da simples troca de trabalho por hospedagem.

Fizemos amigos muito queridos durante esses períodos, tanto os gerentes, quanto outros voluntários e hóspedes.

Aprendemos muito sobre o funcionamento de um hostel, o que será de grande ajuda quando nos aquietarmos em algum lugar e resolvermos abrir um (rá!).

Mas acho que o principal é que vivenciamos essas cidades como locais, e não como turistas.

Em Bariloche, por exemplo, conhecemos quase todos os bares da cidade e já sabíamos os horários de happy hour de todos eles.

Em Jeri comprávamos bebidas e íamos às festas pagando preço de morador, que é mais barato que de turista.

Em Nitra vivenciamos a rotina de uma cidade pequena totalmente coberta de neve, que era algo que queríamos muito desde o começo (e que não rolou em Bariloche, pois raramente neva na cidade).

Em todas elas passamos dias inteiros de preguiça, lendo um livro ou fazendo nada demais, sem nos preocuparmos em explorar os pontos turísticos o tempo inteiro.

Afinal, vale a pena fazer trabalho voluntário durante sua viagem? Nossa resposta é siiiiim!

Leia também esse post super completo do blog Na Proa da Vida: Worldpackers: Como Funciona

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9 comentários em “Como Usar o Workaway (+ Nossas Experiências)”

  1. Pingback: O que significa Albergue [2023]

  2. Pingback: O que significa albergue? [2023] - Viagem Pra Dois

  3. bahh eu fiz 3 workaways e todos deram errado aheauehaueh orra num fomos até expulsos pq queriam obrigar a gente ficar numa pousada no meio do nada com uma véia sarna com conhecimento nenhum de higiene (a ANVISA ia fechar o estabelecimento se visitasse na Italia haha)

  4. Maria Eduarda Alves

    Muito bom o post de vocês, vou deixar minha experiência!
    O hostel que eu estou trabalhando em Colônia del sacramento (Uruguai) pegam voluntários pelo workaway, eu ainda nao tenho o cadastro mas batemos aqui e conseguimos.
    Aqui é baixa temporada, estão esta tranquilo.
    Minha função inicial era retirar o café da manhã e depois organizar a sala de café da manhã e a cozinha. Quando há check-out de hospedes eu arrumo o quarto (bem tranquilo também, trocar a roupa de cama, varrer e passar pano). Normalmente em 2hs ou 2h30 eu já fiz tudo e eles me liberam, as vezes estendo ou retiro alguma coisa do varal, mas no mais é só hehehehehe
    Meu namorado fica das 5 as 8hs da manhã e põe o café da manhã, caso alguém saia sua função é abrir a porta.
    Quando nao tem hóspedes, nao temos muito o que fazer.
    Aqui temos quarto privado, café da manhã, podemos lavar roupa e usar as bicicletas de graça! Está sendo uma ótima experiência!

  5. Nooossa que demais. Me identifiquei muito com as experiencias de vc. Todas no Chile. O nosso primeiro workaway foi nesse esquema de todos fazerem mutirao de manha. Trabalhavamos muito pouco e tinhamos o resto do dia livre. No segundo tudo estava bem até que aconteceram situaçoes chatas, também fomos honestos com eles, e saimos. Agora estamos em uma loja de roupa de ski. Que tem o clima totalmente diferente de hostel. Mas tem sido sensacional!

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