Turismo na Coreia do Norte: Pontos Turísticos e Regras Para Viajar

O turismo na Coreia do Norte é rodeado de mentiras e desinformações, o que acaba desanimando muita gente que tem vontade de conhecer seus pontos turísticos. A maior das mentiras é a de que é muito difícil ou até impossível viajar para lá. Bem, nós passamos 8 dias explorando o país e garantimos que não é nem uma coisa nem outra.

A grande barreira para viajar para a Coreia do Norte é o preço. Isso porque é proibido entrar e conhecer o país por conta própria. Portanto, é necessária a contratação de um tour com tudo incluído: transporte, hospedagem, alimentação, visto e guias.

A seguir explicaremos como funciona cada um desses aspectos da viagem e quanto nós gastamos no total.

Não deixe de ler também as Curiosidades que Observamos em Nossa Viagem Pela Coreia do Norte e conferir quais foram as Cidades Que Conhecemos em 8 Dias de Viagem.

Nós produzimos vários vídeos da Coreia do Norte para nosso canal do Youtube, confira todos clicando aqui ou veja o primeiro da série acima.

Como Escolher um Pacote de Turismo Para a Coreia do Norte

A maioria dos turistas que vão para a Coreia do Norte são chineses. Eles viajam com suas próprias agências, que organizam tudo de acordo com o perfil deles.

Até mesmo o roteiro da viagem é especializado, pois há alguns pontos turísticos da Coreia do Norte, como o Kumsusan Palace of The Sun, o mausoléu dos líderes norte coreanos, onde os chineses não podem entrar.

Para quem é do ocidente, o melhor a fazer é contratar o tour com uma empresa que fale inglês ou outra língua que você saiba, e também que entenda suas necessidades e preferências.

As duas principais são a Young Pioneers Tours (YPT) e a Lupine Travel.

Nós contratamos o tour com a YPT, que é especializada em países complicados e menos conhecidos.

Eles oferecem os melhores preços e fazem a programação do tour de uma maneira voltada para viajantes independentes e exploradores, então por mais que seja uma viagem em grupo, não é a chatice que se espera disso (tipo a minha avó viajando de CVC).

Esclarecimento: nós pagamos nossa própria viagem e não fizemos nenhum tipo de parceria com a YPT. Mas recomendamos demais o tour com eles, só porque foi tudo perfeito mesmo.

Tipos de Tour na Coreia do Norte

Há vários tipos de pacotes de turismo para a Coreia do Norte. Eles variam entre 3 e 11 dias, com a possibilidade de adicionar mais dias (extensões) conforme você desejar.

O tour mais rapidinho é o de 3 dias (2 noites). Eu considero uma pena fazer esse passeio, pois o primeiro e o último dias são praticamente inteiros no trem, e no fim das contas você só terá um dia para conhecer os principais pontos de Pyongyang.

Para você ter uma ideia, nós tivemos 2 dias inteiros para conhecer os pontos turísticos da capital da Coreia do Norte e ainda ficou um gostinho de quero mais. Foi bem corrido.

Os tours mais comuns são os de 5 dias, que incluem a capital Pyongyang e a DMZ, a zona desmilitarizada na fronteira com a Coreia do Sul.

Nós queríamos conhecer outras cidades e pontos turísticos em nossa viagem pela Coreia do Norte, então escolhemos um tour mais longo, de 8 dias.

Além da capital e da DMZ, viajamos para o sudeste da Coreia do Norte, onde conhecemos mais pontos turísticos em 2 cidades de praia e fizemos trilhas para ver cânions e cachoeiras lindas.

No começo a gente até ficou em dúvida se valeria a pena fazer esse passeio mais longo. Afinal, a maior motivação de fazer turismo na Coreia do Norte é a curiosidade de conhecer um país tão diferente e sobre o qual sabemos tão pouco.

Então, de certo modo, conhecer a capital seria o suficiente. Parecia meio bobo querer ver uma cachoeira na Coreia do Norte, enquanto nossas mentes estavam tomadas pela ideia de dar uma olhada nas pessoas e no seu modo de vida.

Mas depois de ter ido até lá, conhecido as cidades menores e ter tido contato com a natureza exuberante do país, nós refletimos e ficamos muito felizes por ter feito essa escolha.

Afinal, estamos falando de um pedaço de terra como qualquer outro nesse mundo. Tem suas merdas políticas, mas também tem gente sorridente e pontos turísticos de tirar o fôlego na Coreia do Norte. E esse sempre foi o foco das nossas viagens.

Depois de deixar claro esse ponto, vamos às principais atrações da Coreia do Norte.

Turismo na Coreia do Norte: Pontos Turísticos

• Pyongyang: é a capital do país, onde você terá o primeiro contato com a Coreia do Norte, sua cultura, pessoas e pontos turísticos. Está incluída em todos os tours e tem muitas atrações.
• Kaesong: a cidade que fica na fronteira com a Coreia do Sul, onde você visita a DMZ (zona desmilitarizada) e o Koryo Museum.
• Sariwon: uma cidade que fica no meio do caminho entre Pyongyang e Kaesong.

Essas 2 cidades, junto com a capital, estão incluídas no tour de 5 dias. Além delas, nós conhecemos mais alguns pontos turísticos na Coreia do Norte:

• Wonsan: cidade litorânea no leste da Coreia do Norte. No caminho para lá fizemos uma pequena trilha para ver uma cachoeira.
• Parque Nacional Mt. Kumgang: região montanhosa no extremo sudeste do país. Visitamos uma lagoa e fizemos 4h de trilha até uma cachoeira no meio de um vale sensacionalmente lindo. E olha que a gente nem foi até o topo de fato, gordinhos que somos. Mas o resto do grupo subiu tudo.

Pra gente ficou faltando conhecer o norte, que é ainda menos visitado e mais exótico do que essas regiões.

Por exemplo, um dos tours que dá pra fazer com a YPT passa por Tumen (fronteira com a China), Hoeryong (cidade onde nasceu a mãe do General Kim Jong-Il), Chongjin (uma cidade industrial) e Mt Chilbo (região de montanhas e muita natureza).

Um dos destaques dessa viagem pelo norte do país é que ela inclui um voo comercial, o que é uma experiência que muitos querem ter na Coreia do Norte.

E já que estamos falando de cidades coreanas, talvez você se interesse por ler nosso guia com 23 cidades e pontos turísticos para conhecer na Coreia do Sul.

Feriados e Celebrações na Coreia do Norte

A Coreia do Norte tem um feriado por mês, cada um com celebrações específicas. Muitos tours acontecem durante algum feriado, o que dá um toque ainda mais interessante à viagem.

Por exemplo, nossa viagem incluiu o feriado de 10 de outubro, quando é comemorada a fundação do partido dos trabalhadores.

Foi muito legal ver os moradores da capital espalhados pelos parques e gramados, fazendo um churrasquinho e curtindo suas músicas e danças típicas.

Os feriados são esses:

• 01 de janeiro: Ano Novo
• 16-17 de fevereiro: Aniversário do General Kim Jong-Il
• 08 de março: Dia Internacional da Mulher
• 15-16 de abril: Aniversário do Presidente Kim Il-Sung
• 01 de maio: Dia do Trabalhador
• 06 de junho: Dias das Crianças
• 27 de julho: Dia da Vitória
• 15 de agosto: Dia da Liberação
• 9 de setembro: Dia de Fundação da República
• 10 de outubro: Dia de Fundação do Partido
• 16 de novembro: Dias das Mães
• 27 de dezembro: Dia da Constituição

Outro evento que você não quer deixar fora da sua viagem são os Mass Games. É até difícil descrever a emoção que foi presenciar essa apresentação, considerada a maior performance coletiva do mundo, e que ocorre no maior estádio do planeta, em Pyongyang.

Como é o Turismo na Coreia do Norte

Tudo que falamos até agora é para te auxiliar a escolher um tour para a Coreia do Norte. Agora vamos contar os detalhes práticos da viagem, o que está incluído e o que é opcional. No fim do post também detalhamos nossos gastos na viagem.

Guias Turísticos na Coreia do Norte

Qualquer pessoa que queira viajar pela Coreia do Norte precisa ser acompanhada por 2 guias turísticos norte coreanos o tempo todo, mais um motorista.

Não importa se você vai viajar sozinho ou com um grupo de 20 pessoas, esses 2 guias estarão sempre junto. Dependendo do tamanho do grupo, o número de guias será 3, mais o motorista.

Quando nós soubemos dessa informação, a primeira imagem que veio às nossas cabeças foram 2 militares armados pesadamente nos seguindo para todo lado.

Não podíamos estar mais errados! Os nossos guias norte coreanos eram pessoas extremamente simpáticas, formadas em turismo, conhecedoras da história e de todos os aspectos culturais do seu país.

E o melhor: falavam inglês fluentemente e faziam questão de responder nossas perguntas da melhor maneira possível.

Em adição a isso, o tour com a YPT também inclui um guia ocidental, ou seja, uma pessoa “do seu mundo”, para quem você pode fazer as perguntas mais esdrúxulas sem medo.

Antes do início do tour você já tem contato com esse guia, então ele pode tirar todas suas dúvidas e te passar instruções específicas sobre o que esperar da viagem.

E aqui fica um adendo: se você não fala muito inglês, se prepare para ficar um pouco perdido nas explicações, que são bem rápidas.

E por mais que os guias falem muitas coisas para o grupo todo ouvir, algumas das nossas maiores curiosidades só foram sanadas porque paramos para bater papo com eles o tempo todo.

Aliás, não deixe de ler mais sobre as Curiosidades que Observamos em Nossa Viagem Pela Coreia do Norte.

Viagem em Grupo

Nós nunca tínhamos feito uma viagem em grupo e estávamos bem receosos de ser chato demais. Acabou sendo uma das viagens mais incríveis das nossas vidas, e o fato de estarmos com um grupo foi muito legal.

Isso porque as pessoas que viajam com a YPT são bem parecidas com a gente: viajantes independentes que querem conhecer mais um país gastando “pouco”.

Todo mundo era gente boa e tinha boas opiniões sobre o mundo. Afinal, não é qualquer um que decide viajar para a Coreia do Norte.

O que nós achamos chato em alguns momentos foi a correria para conhecer um lugar, entrar no ônibus e ir até outro lugar, tudo com os guias tentando manter as pessoas próximas umas das outras e seguir o cronograma.

Às vezes não dava nem para tirar fotos direito. Mas por mais que todo mundo no grupo estivesse cansado, ou a gente aguentava esse ritmo, ou deixaria de conhecer os pontos turísticos da Coreia do Norte que pagamos para conhecer.

Isso faz parte do estilo de viagem na Coreia do Norte. Ou você viaja assim, ou gasta uma grana mais alta para fazer a viagem privada e no seu ritmo.

Hospedagem na Coreia do Norte

A hospedagem está incluída no valor pago para a agência.

A gente tá acostumado a ficar em hostel e hotel barato, então não sabemos dizer quantas estrelas tinham os hotéis que ficamos na Coreia do Norte. Mas posso dizer isso: foram alguns dos lugares mais chiques onde já nos hospedamos na vida.

Todos eram hotéis grandes, de muitos andares, com quartos limpinhos e confortáveis, saguão luxuoso e até piano de cauda teve em um dos hotéis.

Os quartos são sempre para 2 pessoas. Se você estiver viajando com alguém, irá dividir o quarto com essa pessoa. Se estiver sozinho, ficará com alguém do grupo.

Também há a opção de pagar a mais (40 ou 50 euros por dia) para ficar em quarto privado.

Todos os hotéis tinham bar, restaurante, lojinha de conveniência e de souvenir. Alguns tinham karaokê, spa, piscina, sauna e não sei o quê mais.

Ainda que não sobre muito tempo para usar esses espaços, em uma ou outra noite o grupo termina indo pra um karaokê ou uma sinuquinha dentro do hotel.

A área do hotel é a única onde você tem liberdade para andar sem os guias. É proibido sair sozinho na rua. Até mesmo para uma corridinha nos arredores do hotel são necessárias autorização e presença dos guias.

Alimentação na Coreia do Norte

O pacote de turismo para a Coreia do Norte inclui 3 refeições em quase todos os dias: café da manhã no hotel, almoço e jantar em restaurantes de comida típica. As refeições no trem são por sua conta.

No início nós pensamos que talvez fosse pouca comida e até levamos alguns bolinhos para comer entre as refeições, mas não foi necessário. Todas as refeições são muito bem servidas e gostosas.

A comida coreana tem muitos pratos picantes, muitos vegetais e bastante ovo, pato e peixe.

A refeição é servida da seguinte maneira: você se senta na mesa com outras pessoas do seu grupo, geralmente 6 ou 8 pessoas por mesa. É servida uma sequência de porções que incluem vegetais, carnes e às vezes massas.

Essas porções ficam no meio da mesa e são para todo mundo comer junto. No fim é servida uma sopa e uma porção de arroz individuais.

Nós achamos bem esquisito a sopa vir por último, já que estamos acostumados com ela como entrada, e o arroz não vir junto com os vegetais e carnes.

Mas o guia nos explicou que a sopa e o arroz são para você comer caso ainda não tenha ficado satisfeito com as comidinhas que vieram primeiro.

No fim até que faz sentido, né? A sopa muitas vezes é a parte mais sem graça da refeição, então fica por último, só no caso de você ainda estar com fome.

Junto com todas as refeições também era servido água, suco e cerveja, dependendo do restaurante.

A gente nem pensa em cerveja quando planeja viajar para a Coreia do Norte, mas rola bastante nas refeições e no fim do dia no hotel.

Caso peça bebida extra, tem que pagar, mas os preços são baixos, num geral.

Outra bebida comum e que acompanha algumas das refeições incluídas no pacote é o Soju, uma espécie de cachaça coreana com teor de álcool entre 25% e 50%. O Soju é extremamente barato e tem em todo lugar.

Algumas refeições tinham opcionais pagos à parte, como sopa de carne de cachorro (nós tomamos!), frango cozido no ginseng, churrasco de mariscos e até um dos cogumelos mais caros do mundo.

De um modo geral a culinária norte coreana é bem parecida com comida da Coreia do Sul, sobre a qual nós já escrevemos um post detalhado aqui no blog.

Visto Norte Coreano e Chinês

O visto para a Coreia do Norte é emitido pela própria agência. Para isso é preciso enviar por e-mail uma foto tipo passaporte e também uma cópia da página de identificação do seu passaporte, além de alguns formulários preenchidos e assinados. É extremamente simples.

O visto é um cartão azul, com sua foto e seus dados. Não há carimbo no seu passaporte, então não se preocupe em ter problemas para viajar para outros países depois, como os EUA.

A maior complicação em relação a visto na verdade é com o visto chinês.

Como a viagem obrigatoriamente começa e termina na China, para viajar de trem é essencial que você tenha um visto chinês de múltiplas entradas, o que agora já é o visto padrão para brasileiros.

Como o visto chinês é bem chatinho e caro de tirar, muita gente escolhe viajar com um visto de trânsito, que é grátis.

O problema é que para viajar para a Coreia do Norte com um visto de trânsito chinês você precisa obrigatoriamente ir e voltar de avião.

O visto de trânsito só funciona nos aeroportos, e não nas fronteiras terrestres. Então dá certo, por exemplo, se você tiver os seguintes voos: Brasil – Pequim – Pyongyang e Pyongyang – Pequim – Brasil.

Nós viajamos com um visto de múltiplas entradas e nunca usamos esse visto de trânsito, mas sabemos que as regras mudam o tempo todo, então te aconselhamos se informar bem antes.

Moeda na Coreia do Norte

A moeda norte coreana é o Won. Durante a viagem nós pudemos comprar bastante coisa, mas somente em lojas específicas para estrangeiros. As moedas que essas lojinhas para estrangeiros aceitam são RMB, euro e dólar.

É impossível parar numa lojinha qualquer e comprar alguma coisa. Isso porque o Won é proibido para estrangeiros, com exceção de um supermercado que visitamos com o tour, onde pudemos trocar nossa moeda estrangeira pelo Won norte-coreano.

A seguir uma listinha com alguns valores nos hotéis e lojinhas (em RMB – ou yuan), para você ter uma ideia.

Cotação (janeiro/2022): 1 yuan = R$0,89

• Cerveja: 5 a 15 RMB
• Café: 5 a 10 RMB (café frio enlatado) ou a partir de 15 RMB (café expresso)
• Sopa de cachorro: 40 RMB
• Churrasquinho de mariscos: 40 RMB
• Almoço no trem: 60 RMB (caro demais mesmo!)
• Água (500ml): 2 ou 3 RMB
• Soju (300ml): a partir de 10 RMB
• Cartão postal com selo: 15 RMB

Esses preços são exclusivos para turistas. Os norte coreanos pagam muito menos, pois obviamente não compram nada nessas lojas para estrangeiros, que são mais caras.

No supermercado que visitamos nós compramos vários pacotinhos de snacks coreanos para experimentar, incluindo um monte de coisa que a gente nem sabia o que era, além de bebidas e docinhos. Gastamos 60 RMB no total.

Esse mercado é onde os próprios norte coreanos fazem compras, e deu pra ver que muitas coisas são bem baratas para eles.

Por exemplo, boa parte das cervejas (600ml) custava R$ 2,00. Uma garrafa bonita de Soju de boa qualidade custava R$ 12,00.

As comidinhas que compramos ficaram por volta de R$ 1,00 a R$ 3,00 cada uma. Uma pasta de dente custava R$ 1. Um condicionador custava R$ 3,00 (e meu cabelo adorou ele!).

Turismo na Coreia do Norte: Nossos Gastos

O maior gasto em uma viagem de turismo para a Coreia do Norte é o preço que você paga para a agência.

Em média, o tour de 3 dias custa 500 euros, o de 5 dias custa 800 euros e o de 8 dias (que nós fizemos) custa 1.200 euros.

Some a isso 50 euros para a emissão do visto norte coreano, que é cobrado separadamente.

Esse é o preço com ida e volta de trem de Pequim, a capital da China. Se você preferir viajar de avião, ao invés de aguentar as 24h no trem, terá que pagar 200 euros a mais por trecho. Também dá pra ir de trem e voltar de avião, ou vice-versa.

Outra opção é começar e/ou terminar o tour em Dandong, a cidade da fronteira entre a China e a Coreia do Norte. Assim a viagem de trem fica bem mais curta e você paga 30 euros a menos por trecho.

Nós viajamos a partir de Pequim, mas na volta ficamos em Dandong, que é uma cidade bonitinha e interessante. A partir dela dá pra visitar um trecho da Muralha da China que acaba no mar. Leia mais sobre Dandong: O Final da Muralha da China na Fronteira com a Coreia do Norte.

Outro gasto substancialmente elevado é a gorjeta para os guias norte coreanos. A agência explica que o salário deles é baixo, então os guias contam com essas gorjetas para ganhar dinheiro.

Nós ficamos com um pé atrás quanto a isso, porque geralmente não gostamos de dar gorjeta, mas o trabalho dos guias foi tão perfeito que acabamos colaborando com a caixinha.

O recomendado pela agência é 10 euros por pessoa por dia, mas nós deixamos menos que isso. Se você quiser deixar uma quantia diferente (ou até não deixar nada) não tem problema.

A gorjeta é dada ao final do tour e é entregue apenas ao seu guia ocidental, evitando assim tratamento diferenciado pelos guias coreanos durante o tour.

Além disso, nossos gastos adicionais incluíram 100 euros de entrada no Mass Games (absolutamente imperdível) e 20 euros de entrada num circo acrobático (não tão imperdível assim, mas interessante).

Também gastamos mais ou menos 50 euros com bebidas, comidinhas adicionais e algumas poucas lembrancinhas. Nas lojinhas de souvenir não compramos quase nada, mas vimos muita gente enchendo a mala de pôsteres de propaganda comunista, que são lindos.

A moeda em que você vai pagar para a agência e usar na viagem pode ser euro, dólar ou RMB, a moeda chinesa. Se você tiver como trazer euros do Brasil é melhor, pois você gasta menos com taxas de conversão e IOF. Nós já estávamos na estrada, então tivemos que pagar tudo em RMB.

Entretanto, na Coreia do Norte é bem comum as lojinhas não terem troco. A própria agência recomenda que viaje com dinheiro trocado. Se você der uma nota de 50 euros, talvez receba o troco todo em balinhas. Imagine só quantas balinhas!

Quanto ao pagamento do tour para a agência, 30% do valor é cobrado com antecedência, para garantir sua vaga na viagem e pagar a passagem e o visto, e o restante você paga no primeiro dia.

Pra gente foi uma chatice, porque as opções de pagamento são transferência internacional (taxas altas) ou WeChat (só funciona com conta chinesa).

Conseguimos conversar com eles e eles nos abriram uma exceção para pagar por PayPal, mas com uma taxa de 3,75%. Somando com o IOF, terminamos pagando cerca de 10% a mais do que o preço normal.

Todos os preços indicados acima são por pessoa. Somando tudo, gastamos 1.550 euros cada um, o que dá quase R$ 1.000 por dia. Definitivamente a viagem mais cara de nossas humildes vidas.

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