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O Eterno Retorno Escocês

contos de viagem

TU DU TISSS

E sim, e estava frio. Saíram os dois pelas ruas de Glasgow, Escócia, pois era a última noite de Péricles ali, mesmo os nietzschnianos achando que não é bem assim.

Entraram numa rua qualquer. Deram de cara com a estátua do duque em cima do cavalo com um cone em sua cabeça. Robyn explicou que as autoridades locais já haviam desistido de tirar o cone, pois, no dia seguinte, ele sempre apareceria de novo. Passaram por ela e continuaram andando. Grande mulher aquela Robyn. Sabia muita coisa. Encantadora… Dá pra entender porque grandes homens da história da humanidade como Nietzsche e Wagner brigaram forte por conta de uma mulher.

Despejando a Guiness pra dentro, foram andando a esmo, e encontraram um som tocando, mas não tinha ninguém vendendo álcool. Pararam pra ouvir e acenderam um.

Talvez por convicção política, ou só porque a gravidade atuante em seus corpos ébrios já tendia pra esse lado, seguiram à esquerda. Dessa vez não tinham tanta esperança de encontrar um bar, porém vagar curtindo a chapação tava bom.

Aquele grupo de senhoras falando alto no canto já era conhecido. Assim como aquele barbudo mal-encarado atrás do bar. Que, quando eles se aproximaram, perguntou se queriam outra rodada de shot de whisky. Estranho… Mais estranho ficou quando chamaram o nome deles no microfone. “Mrs. Robyn and Mr. Pericles singing Besame Mucho”. Que maravilha ser recebido com o microfone ao chegar num bar. Cantaram. Dançaram. Se abraçaram às senhoras que falavam alto. Se esgoelaram, como se fosse a última vez. Mas algo dizia a eles que não, que deveriam curtir aquele momento ao máximo não por ser a última noite em Glasgow, e sim porque essa é a maneira certa de fazer tudo.

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