Guia de Sobrevivência em Fez – Marrocos

Em nossa viagem de quase 3 semanas pelo Marrocos, Fez foi a primeira cidade que visitamos. Confusa e caótica, Fez não é fácil para o viajante que gosta de conhecer tudo por conta própria.

Depois de 3 dias nós conseguimos entender a cidade e montamos aqui esse “guia de sobrevivência”. Mas porque isso? Bem, o Marrocos é um país com a cultura MUITO diferente da nossa, e temos que ter atenção a certas coisas quando viajamos por lá.

Para entender melhor leia: Marrocos é Perigoso? Golpes e Assédios Comuns

Se você vai montar um roteiro pelo país, não deixe de ler: Marrocos: Roteiro e Dicas Para Viagem de Mochilão

E leia também sobre as principais cidades do país: Marrakech, Chefchaouen e Deserto do Saara (Merzouga).

Confira nosso vídeo no Youtube contando tudo sobre as 2 viagens que fizemos para o Marrocos, inclusive as histórias mais engraçadas (e vergonhosas) que a gente não tem coragem de colocar aqui no blog:

De todos os lugares que conhecemos no Marrocos, Fez foi para nós a cidade marroquina mais cansativa de explorar. A Medina é imensa e é impossível não se perder dentro dela.

Depois de andarmos muito, sem noção de onde estávamos, e de não encontrarmos os pontos que procurávamos, conseguimos entender a Medina e montar um guia que nos teria sido muito útil.

O Que Fazer em Fez – Marrocos

O primeiro passo é dividir as atrações da Medina em dois blocos:

• Bloco 1: a parte alta da Medina, perto do portão principal (Bab Bou Jeloud);
• Bloco 2: a parte baixa da Medina, perto dos curtumes de couro (Tanneries Chouara).

Entre esses 2 blocos existe uma rua principal, a Rua Talaa Kebira. Ela vai de uma ponta à outra da Medina, mais precisamente do Bab Bou Jeloud até a Mesquita Karaouiyne.

Essa divisão é nossa, e não uma divisão oficial. Então se você perguntar pra alguém sobre “parte alta” e “parte baixa”, ninguém vai entender.

Tombeaux de Mérinides

Para começar a explorar o Bloco 1, pegue um táxi até as Tumbas de Mérinides. Um bom ponto de referência é o Hotel Mérinides.

Explore as ruínas e aproveite a vista panorâmica de Fez, pois você está no ponto mais alto da cidade.

Palais Royal

Depois de explorar Mérinides, você pode pegar um táxi ou caminhar 3 km (descida) até o Palácio Real. A entrada é proibida para turistas, mas os imensos portões dourados merecem um vislumbre.

Nós não exploramos as redondezas, mas em volta do palácio fica o bairro judeu, com arquitetura bem diferente do estilo muçulmano do resto da cidade.

Jardin Jnan Sbil

Caminhando mais 1 km você chegará ao Jardim Jnan Sbil. É um local bem menos visitado, mas o visual é incrível. A simetria dos canteiros de flores e das fontes é impressionante.

Árvores carregadas com frutas pra todo lado, principalmente laranja. No fim do parque ainda tem um laguinho com uma ilhota cheia de pássaros.

Place Boujloud

Bem ao lado do jardim você já verá uma praça imensa. Essa é a praça Boujloud, que marca a entrada principal da Medina, com o portão de mesmo nome.

Bab Bou Jeloud

Conhecido como o portão azul, é a principal entrada da Medina. Ali na entrada, bem à sombra do portão, foi onde vimos a maior concentração de restaurantes.

Um ótimo lugar para almoçar e se deliciar com a comida marroquina.

Leia mais: Comidas e Bebidas Típicas do Marrocos

Bou Inania Madrasa

Depois de explorar as redondezas do portão azul, localize a rua Talaa Kebira. Ainda no começo dela, ao seu lado direito, você verá um portal grande de madeira para acesso à Bou Inania Madrasa.

Madrasa é o nome usado para designar instituição de ensino. No caso da Bou Inania, ela também funcionou como mesquita em sua história. A visita a esse prédio é especial porque a entrada em mesquitas no Marrocos é proibida para não muçulmanos, então essa é uma chance única.

Para entrar na Bou Inania paga-se uma taxa de 10 dirhans. A arquitetura do pátio interno é incrível, com mosaicos coloridos, portais imensos e aquela simetria louca do Marrocos.

Rainbow Street Art

Entramos nessa ruazinha por acaso e ficamos de queixo caído. Além das cores vibrantes, várias obras bizarras estão penduradas ou encrustadas nas paredes.

Rua Talaa Kebira

É a rua que liga os dois blocos de pontos turísticos da Medina. Se você descer por ela, cerca de 1 km, vai chegar à Universidade Karaouiyne.

Fonte e Museu Nejjarine

Primeira parada do bloco 2 de atrações. Estávamos cansados e perdidos e não conseguimos encontrar a fonte, mas um pouco antes do fim da Talaa Kebira, entrando à direita, deve ser possível encontrá-la.

Parece que além de ser composta por mosaicos lindíssimos, a fonte ainda tem uma história muito antiga.

Mesquita, Biblioteca e Universidade de al Karaouiyne

A universidade mais antiga do mundo! O complexo possui ainda uma biblioteca e uma mesquita. Parece que é possível, com um guia, conhecer o interior do prédio.

Nós nem conseguimos chegar perto, pois o rei do Marrocos estava na mesquita para rezar, e todas as redondezas estavam interditadas por policiais e pessoas curiosas.

Place Seffarine

Antes de chegar à Praça Seffarine você já vai ouvir umas marteladas metálicas, e em seguida irá se deparar com o brilho do cobre pra todo lado.

Nesse local, os marroquinos esculpem o cobre manualmente, criando utensílios, como panelas e bules, e peças decorativas, desde lustres até portas imensas.

Tanneries Chouara

Se você encontrou a Praça Seffarine pelo som, o cheiro irá te levar para a próxima atração: o Tannerie Chouara, local onde o couro é tratado e colorido para virar bolsas, sapatos, roupas e tudo mais que a criatividade marroquina alcançar.

É um dos locais mais visitados de Fez, e parece que gravaram cenas da novela O Clone lá, então muita gente tem curiosidade de conhecer.

Embora seja desagradável pedir informações para os locais, pois eles sempre vão te pedir dinheiro por isso, encontrar os Tanneries pode ser bem difícil.

Além disso, mesmo que você encontre, será necessário pagar pelo menos 10 dirhans para acessar um terraço que te proporcione uma boa vista dos trabalhadores.

Nós conseguimos chegar lá e encontramos uma escadaria que desceria até o local de tratamento do couro, mas já no primeiro degrau o cheiro era tão insuportável que nós desistimos no mesmo instante.

A dica é: não aceite o convite para entrar nos primeiros terraços. Caminhe bem mais à frente, pois de lá você terá uma vista mais completa.

Como Chegar em Fez

Fez é uma das maiores cidades do Marrocos e é bem conectada com a Europa. Nós chegamos com um voo de Bruxelas, pela Ryanair.

Para sair do aeroporto, há um ônibus que circula até as 19-20h. Se optar por um táxi, prepare o bolso. Não conseguimos nada mais econômico que 150 dirhans para ir até a Medina.

De Merzouga, há um ônibus noturno da Supratours que chega em Fez pela manhã. A parada é ao lado da estação de trem da cidade (Gare de Fès). Essa estação fica afastada da Medina, então é aconselhável tomar um táxi (10 a 20 dirhans).

De Chefchaouen, há 4 ônibus diários pela CTM. A viagem leva cerca de 4 horas. A estação da CTM fica mais ou menos a 1 km da estação de trem, também afastada da Medina. Um táxi deve custar em torno de 10 a 20 dirhans.

Onde se Hospedar em Fez

A maioria das hospedagens baratas fica dentro da Medina. A melhor localização com certeza é o mais próximo possível do Bab Bou Jeloud, o portão principal da Medina.

Vale a pena ficar num Riad, que é um tipo de casa tradicional marroquina, cuja construção de alguns andares (geralmente 3 ou 4) tem um vão central, e todos os quartos tem suas portas e janelas voltadas para esse vão.

No térreo sempre há um pátio, que acaba sendo a área comum do Riad, e o teto é transformado em um terraço. Ou seja, você terá um local com vista para os principais pontos turísticos de Fez.

Algumas opções econômicas muito boas são Sendis Hostel e Hostel Amir (quartos compartilhados), e Fez Dar e Dar Hlimi (quartos privados).

Pra quem quer uma experiência mais confortável ou até luxuosa, tem o Dar Al Kadima e o Riad Jaouhara.

Ficamos do outro lado, perto da Place Seffarine, e não recomendamos. Além de ser longe da maioria das atrações, à noite não há muita vida nas redondezas, sendo difícil encontrar sequer algum local onde comer um sanduíche.

Dinheiro no Marrocos

Nome da moeda: Dirham Marroquino (MAD)

Cotação (setembro/2022): 1 MAD = R$ 0,48

Lembrando que ao usar seu cartão no exterior (para fazer compras ou saques) você paga um imposto (IOF) de 6,38%.

Já ao comprar a moeda estrangeira no Brasil e viajar com ela em mãos, esse valor cai para 1,10%! Para o Marrocos o melhor é viajar com Euro, porque você não vai encontrar Dirham para comprar antes de chegar lá.

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Além de dinheiro vivo, o que nós mais usamos em nossas viagens para outros países é o cartão internacional da Wise, com o qual o IOF é mais baixo.

Nós achamos que essa é uma das melhores opções, principalmente porque você consegue ter várias moedas em um mesmo cartão.

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Ponto importante: em vários caixas eletrônicos do Marrocos tivemos problemas com nossos cartões MasterCard. Em um dos bancos conversamos com o atendente e ele nos disse que, de fato, é pouco aceito no país e não funciona bem.

Outra coisa chatinha é que os caixas eletrônicos só permitem saque de até 2.000 MAD, equivalente a pouco menos de 200 €. .

Atenção também a isso: o dinheiro no Marrocos só pode circular dentro do país, ou seja, planeje-se para gastar todas suas moedinhas antes de entrar no avião. Isso porque o governo proíbe a circulação e comercialização de MAD em outros países.

Ou seja, se você tentar trocar sua sobra de MAD em outro país, mesmo que seja um país vizinho, não vai conseguir. É possível trocar por euro ou libra ao sair do país, mostrando os comprovantes tanto de saque quanto de câmbio.

Seguro Viagem Para o Marrocos

A contratação de seguro viagem não é obrigatória para entrar no Marrocos.

Mesmo assim, a comida, o sol forte e até mesmo a água podem causar algum estranhamento na gente, então é bom estar preparado para alguma emergência.

E o mais importante: você consegue contratar um seguro com cobertura COVID-19. Dá para viajar bem mais tranquilo assim.

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