Torres del Paine no Inverno – Como é o Passeio Full Day

Viajar para Torres del Paine no inverno é uma ideia bem fora do comum, afinal esse famoso parque nacional do Chile é um destino tradicional para fazer trilhas e acampar, o que fica complicado com tudo coberto de neve.

Porém muita gente opta por viajar nessa época, como foi o nosso caso. Se essa também é a sua situação, e você está em dúvida se vale a pena ou não, a intenção desse post é te mostrar que dá sim para conhecer Torres del Paine no inverno.

Não é só porque vai viajar na época “errada” que você tem que deixar de conhecer esse lugar incrivelmente lindo.

A seguir vou te contar todos os detalhes que fizeram a diferença na nossa viagem para Torres del Paine, com informações necessárias para viajar especificamente no inverno.

Onde Fica Torres del Paine no Chile

Torres del Paine fica no sul do Chile, na região da Patagônia. É um parque nacional gigante, conhecido pelas paisagens absurdas de lindas: montanhas, lagos, glaciares e muito vento.

Para ter uma noção, ele está a cerca de 150 km de Puerto Natales, que é a cidade base para quem vai visitar o parque.

A localização é bem isolada. Você vai perceber que não tem nada por perto além de natureza. É ótimo para quem busca sossego, mas também significa que você precisa planejar bem os deslocamentos.

O parque fica relativamente perto da fronteira com a Argentina, então pode ser uma boa combinar com outros destinos da Patagônia, como El Calafate, El Chaltén e até mesmo Ushuaia.

(Nesse vídeo mostramos como foi nossa viagem pela Patagônia, não deixe de ver)

A entrada principal do parque é a Portaria Laguna Amarga. Mesmo antes de chegar lá, você já começa a ter umas vistas bem bonitas.

Se não estiver de carro, a maioria das agências te pega em Puerto Natales e leva direto para as melhores paradas.

No inverno, o acesso é mais restrito, então o ideal é ir com um passeio em grupo, no qual o guia e o motorista já terão todas as informações necessárias relativas às condições das estradas e acesso ao parque.

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Qual a Melhor Época Para Visitar Torres del Paine (Clima e Temperatura no Inverno)

A alta temporada em Torres del Paine vai de outubro a abril, que é primavera e verão na Patagônia. É quando o clima está mais amigável para trilhas e o parque fica cheio de gente percorrendo os circuitos O e W.

No inverno, que vai de maio a setembro, o número de turistas despenca, as trilhas longas ficam complicadas e boa parte dos refúgios fecha.

As temperaturas ficam entre 0°C e 8°C durante o dia, o que não é tão absurdamente frio, mas à noite elas caem para valores negativos.

Uma grande questão em Torres del Paine é o vento forte. Esse não perdoa em nenhuma estação. Porém, para nossa surpresa, no inverno ele é bem mais ameno do que na temporada alta.

Palavras do nosso guia, que tinha muita experiência na região: “O inverno é uma época muito boa para conhecer Torres del Paine. O lugar está vazio, a vida selvagem está mais perto das estradas e o clima é ótimo, com dias de céu azul e vento fraco.”.

Uma vantagem do inverno é exatamente essa: o céu costuma ser mais limpo, então as chances de ver o cenário claro com as Torres ao fundo são maiores.

É mais frio, sim, mas com as roupas certas e um veículo aquecido dá para aproveitar muito. E não tem multidão, o que faz a experiência ser bem diferente.

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Como Chegar a Torres del Paine no Inverno

Voar para o aeródromo de Puerto Natales: Puerto Natales tem um aeródromo pequeno que recebe voos quase diariamente. No inverno pode ser complicado encontrar voos, e mesmo com a passagem comprada, cancelamentos são comuns por conta da neve.

Nós tivemos um voo cancelado e marcado para o dia seguinte, e correu tudo bem, apesar do atraso no roteiro. Para quem está com os dias contados pode ser mais difícil. Se conseguir, é a forma mais prática, porque Puerto Natales é a cidade mais próxima de Torres del Paine.

Não deixe de ler nosso guia de Puerto Natales, com dicas e lugares para conhecer (clique aqui).

Voar para o aeroporto de Punta Arenas: Essa é a opção mais comum. Punta Arenas tem mais voos e fica a cerca de 3 horas de Puerto Natales de ônibus, que são bem frequentes.

Se for por conta própria, vale alugar um carro em Punta Arenas para seguir até o parque. Só tenha cuidado com a neve e o gelo na estrada.

Para encontrar os melhores preços de voo para o Chile, uma boa dica é usar o Skyscanner. Ele compara as passagens de diferentes companhias e ajuda a achar o melhor valor para sua viagem, além de avisar quando os preços caem.

Pegar um ônibus de El Calafate para Puerto Natales: Se estiver vindo da Argentina, como a gente, essa é uma opção interessante.

Existem vários ônibus que fazem o trajeto entre El Calafate e Puerto Natales. A viagem dura cerca de 5 horas e inclui a passagem pela fronteira.

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Onde se Hospedar Para Conhecer Torres del Paine no Inverno

Como no inverno não dá para acampar dentro da área do parque de Torres del Paine, o ideal é ficar em um hotel em Puerto Natales e contratar passeios que vão e voltam no mesmo dia.

Foi o que nós fizemos e curtimos bastante, foi realmente um passeio lindo.

O centro de Puerto Natales é o lugar ideal para se hospedar. Como a cidade é compacta, ficar nessa área facilita muito.

Dá para explorar tudo a pé e ainda estar perto do calçadão que fica na beira do Canal Señoret. É ali que estão os restaurantes, mercadinhos e as agências de turismo.

Se você busca um lugarzinho econômico para se hospedar, o Hostel 53 Sur é excelente, embora fique um pouquinho afastado do centro. O El Patagonico Hostel também é muito bem avaliado e fica na melhor localização possível.

Para quem prefere um lugar com mais privacidade e conforto, o Hotel Vinnhaus é perfeito. A decoração dele é um charme e ele fica bem na pracinha, perto de tudo.

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O Que Fazer em Torres del Paine no Inverno

Trilhas: Embora não dê para fazer circuitos e travessias de vários dias em Torres del Paine no inverno, dá sim para fazer várias trilhas, inclusive a das Torres, desde que você esteja acompanhado por um guia.

Avistamento de vida selvagem: Em Torres del Paine também dá para fazer passeios exclusivos para procurar animais, principalmente os pumas.

Quando fizemos o passeio Full Day, apesar de não focado nisso, vimos vários animais, incluindo guanacos, condor, cara-cara e cavalos, e nosso guia ainda conseguiu detectar um puma nas montanhas pertinho da gente.

Passeio Full Day: Esse é o passeio para quem quer ver “um pouco de tudo” em Torres del Paine no inverno, mas sem nenhuma trilha nem dificuldade. Foi o que nós fizemos e mais adiante falamos como foi em detalhes.

Há várias agências que oferecem esses passeios e guia para trilhas, embora no inverno algumas deixem de funcionar. Mesmo assim, não tivemos problemas em encontrar uma.

Comparamos preços nesse site, que permite pagar em R$, e nesse outro site, que sempre tem promoções legais, principalmente em cima da hora.

Lembrando que para visitar Torres del Paine é preciso pagar uma entrada. O valor varia dependendo da época do ano. No inverno, a entrada geralmente é mais barata do que na alta temporada, o que é uma vantagem para quem visita nessa época.

Os preços são diferentes para chilenos e estrangeiros, então fique de olho. Crianças e estudantes também têm desconto. Você pode pagar na entrada principal, na Portaria Laguna Amarga, ou online, se preferir agilizar as coisas.

Se estiver indo com um tour, normalmente o valor da entrada não está incluído, então é bom confirmar com a agência para evitar surpresas.

Como é o Passeio Full Day a Torres del Paine no Inverno

O guia passa com a van pegando os turistas em seus hotéis bem cedinho, antes de amanhecer. Embarcamos no veículo quentinho e seguimos pela estrada congelada, sem conseguir ver muita coisa da paisagem.

Fizemos uma parada em um café onde tinha banheiro, lanchonete e loja de lembrancinhas. Ali o sol já estava nascendo e começou a dar para ver melhor os arredores.

Fizemos algumas paradas na beira da estrada para tirar fotos e apreciar a paisagem congelada.

Tinha bastante névoa pela manhã, então nosso motorista escolhia parar em pontos aleatórios onde a visibilidade estava melhor, ao invés de parar em mirantes que estavam com a vista encoberta.

Tivemos o primeiro vislumbre das Torres ainda de dentro do veículo:

É claro que fizemos uma parada para fotografar esse momento, e foi também quando tivemos a sorte de ver o puma nas montanhas.

Só tinha mais um veículo com turistas por perto da gente, o que foi bem legal. Conhecer esses lugares na natureza sem ninguém por perto é sempre mais especial.

Nosso motorista dirigia bem devagar e com cuidado pela estrada congelada, parando às vezes pra gente descer e ver os arredores.

Uma das paradas mais lindas foi em um rio com a água muito cristalina e uma cachoeirinha (Cascada Rio Paine). E ainda tinhas as Torres visíveis ao fundo. Que cenário!

Passamos pela portaria, apresentamos nossos ingressos do parque e logo paramos em outro mirante, com uma lagoa e montanhas nevadas ao fundo.

A neve estava bem fofinha e branquinha, e o céu azul com um pouquinho de névoa completava o visual.

Depois de muita neve, rumamos para outra área do parque, onde o cenário mudou drasticamente, ficando mais rochoso e menos congelado.

Nesse momento a paisagem nos lembrou bastante da viagem que fizemos pela Islândia, bem inóspita e com lagoas e cachoeiras de tirar o fôlego a cada tantos minutos de estrada.

Tivemos a sorte de ver um condor bem de pertinho. Ele ficou imóvel nesse posição, com as asas abertas, durante muitos minutos. Ele faz isso para se secar e poder voar.

A parada mais longa foi para almoço no restaurante no Hotel Lago Grey. Tinha restaurante e café onde podíamos comer, mas para dar uma economizada nós levamos sanduíches de casa.

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Depois do almoço deixamos deixamos o parque para trás e começamos nosso regresso para a cidade. Ainda tivemos mais uma parada na Cueva del Milodón, onde foi preciso pagar outro ingresso.

O milodón era um bicho que vivia na Patagônia milhares de anos atrás. Parecia uma preguiça gigante, mas andava no chão e podia chegar a uns 4 metros de comprimento.

Ele era herbívoro e tinha um pelo grosso, provavelmente para aguentar o frio.

Os restos desse animal foram encontrados na Cueva del Milodón, perto de Puerto Natales, no final do século XIX. Achavam de tudo por lá: ossos, pedaços de pele e até cocô fossilizado.

Nós achamos o lugar bem “pega turista”. Não tem nada demais por lá, a entrada custa bem caro e é um passeio bem rápido. Mas era parte do passeio, então não tivemos muita opção.

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Dicas Para Viajar Para o Chile

• Faça as malas com jeito – Não encha a mala com coisas que não vai usar. Tem várias dicas de como fazer isso de forma prática e eficiente nesse outro post aqui do blog.
• Moeda – A moeda oficial é o peso chileno. No Chile, é fácil encontrar caixas eletrônicos e lugares que aceitam cartões de crédito. Mas sempre bom levar uma grana em espécie, principalmente se for para cidades menores.
• Use o cartão Wise – Esqueça as taxas de câmbio caras. O cartão da Wise é ótimo para pagar e sacar dinheiro no Chile com um câmbio bem mais justo. Aproveite nosso link para ganhar desconto na primeira transferência.
• Idioma – No Chile, a língua oficial é o espanhol. Mas, dependendo de onde você estiver, algumas pessoas falam português, principalmente em áreas turísticas. Mesmo assim, aprender algumas palavras em espanhol pode ser útil.
• Compare os passeios – Dá pra encontrar passeios em sites como Civitatis e GetYourGuide. Dá uma olhada em ambos para comparar os preços e achar o melhor negócio.
• Segurança – O Chile é um destino bem seguro, mas como em qualquer lugar, é bom tomar cuidados básicos. Fique de olho nos seus pertences em áreas muito turísticas e evite mostrar objetos de valor na rua.
• Internet – Quando chegar no Chile, é uma boa comprar um chip local para ter internet mais barata. Mas se preferir, pode usar o chip internacional OMeuChip.
• Aluguel de carro – Se você quiser mais liberdade para viajar, uma boa opção é alugar um carro. O site RentCars facilita na hora de comparar preços. Nós usamos para pegar um carro em Puerto Varas e foi ótimo.

Seguro Viagem Para a América do Sul

É sempre essencial contratar um seguro viagem, mesmo para os países onde isso não é obrigatório. Pense assim: em caso de necessidade você terá que:

1. Procurar um médico particular, que vai te custar caro, ou
2. Procurar assistência em um grande hospital (em caso de emergência, por exemplo), e dependendo do sistema de saúde do país, também sairá muito caro!

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O preço é bem mais baixo do que a gente imagina quando se trata de um seguro viagem, e vale demais pelo sossego de ter cobertura de bagagem perdida e reembolso de despesas médicas.

O melhor é que os seguros cobrem vários países de uma só vez, então se você vai fazer um roteiro mais longo, um único seguro será o suficiente.

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