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Conheça a Fantástica Ilha de Santo Antão, em Cabo Verde

ilha de santo antão

Nós passamos 4 dias na Ilha de Santo Antão, em Cabo Verde, e ela se tornou uma das nossas ilhas favoritas nesse país africano. Sem praias boas, os pontos de interesse em Santo Antão ficam no alto das montanhas.

Confira no nosso post o que fazer em Santo Antão, onde se hospedar, em quais restaurantes comer e como chegar na ilha de barco.

Se prepare para algumas trilhas difíceis, porém deslumbrantes: da Cova ao Vale do Paul, da Ponta do Sol à Cruzinha (passando pela cinematográfica Fontainhas), e por aí vai. 

Confira nosso vídeo no Youtube contando tudo sobre as 3 viagens que fizemos para Cabo Verde, inclusive as histórias mais engraçadas (e vergonhosas) que a gente não tem coragem de colocar aqui no blog:

O Que Esperar de Santo Antão

De longe se vê as montanhas gigantes de Santo Antão, em Cabo Verde. Quando falo de longe, quero dizer que de São Vicente já se vislumbra esses monstros de pedra, terra e tudo o mais que os forma, num tamanho um pouco assustador.

Ilha de Santo Antão

Santo Antão é uma das ilhas mais verdes do arquipélago, de solo bom e produtivo (sem a fartura a qual estamos acostumados no Brasil, mas, pros parâmetros locais o adjetivo cai bem). Sem falar de novo das montanhas, claro. Isso é o que caracteriza a ilha.

Para chegar a Santo Antão é necessário passar por São Vicente, ilha de praias de areia branca e água azul irreal, e é de um contraste chocante o visual das duas ilhas. Pedra, rocha e mar caracterizam Santo Antão.

Praia da Laginha – São Vicente

Impossível não dar um jeito no pescoço de tanto olhar pra cima tentando ver o cume das montanhas o tempo todo. A estrada segue beirando a costa, mas, ao contrário da ilha da frente, a costa aqui é de rochas que, abruptamente, se jogam no mar.

Por um tempo percorre-se ela tendo a vista das três ilhas mais próximas. E a sensação é de que já estamos em outro país, talvez até outro planeta.

Ao chegar nas vilas, nada muda essa impressão. São pequenos amontoados de casas encravados em vales ou encostas, deixando na mente a pergunta “por que raios pessoas resolveram morar nesse lugar?”.

Ilha de Santo Antão

Logo depois, vê-se uma abundância repentina de verde, o que responde à pergunta anterior, e confunde ainda mais o cérebro, já que aquele verde não deveria estar ali. Doideira!

Clique aqui para abrir o mapa com legenda

Não sabe por onde começar a montar seu roteiro? Confira As 5 Melhores Dicas Para Montar seu Roteiro de Viagem por Cabo Verde 

E se você ainda não leu, confira também:

Vale a Pena Visitar Santo Antão, Cabo Verde?

Santo Antão é considerada por muitos a ilha mais bonita do arquipélago de Cabo Verde. Essa não é tanto a nossa opinião, já que ela é completamente diferente e, portanto, impossível de ser comparada com as outras.

O fato é que há turistas vindo a Cabo Verde apenas para visitá-la. O lugar é incrível ao extremo mesmo, com visuais cinematográficos (alguns tão surreais que nem no cinema se vê igual).

Ilha de Santo Antão

Ah, lembrando que Santo Antão não possui aeroporto e que os aviões vindos de outros países pousam no outro extremo do arquipélago, a pelo menos outro voo e um barco de distância.

Como Chegar à Ilha de Santo Antão

Só existe uma forma de chegar: barco vindo de São Vicente. É uma viagem de uma hora por um mar não muito suave.

Pode-se pegar o barco normal de transporte, que sai do Porto Grande, em São Vicente, e chega no Porto Novo, em Santo Antão, por 800 escudos o trajeto.

Esses saem duas vezes por dia, de segunda a sábado, de manhãzinha e no meio da tarde. Aos domingos, só tem a viagem da manhã.

Para sair de Santo Antão, é a mesma coisa, já que o mesmo barco que vai, volta. No domingo, só tem a viagem da tarde.

Ilha de Santo Antão

Existe a possibilidade de pegar um barco privado. Vimos alguns turistas fazendo isso, mas não fazemos ideia do preço e se isso é de fato seguro (já que o mar é bem temperamental por lá).

Ao chegar em Porto Novo, haverá uma torrente de condutores tentando te convencer a ir com eles. Como em todo lugar do mundo, o melhor é tentar passar ileso por eles, ir para um lugar mais calmo e negociar com alguém.

As Hiaces (vans) custam até dez vezes mais barato que táxis, porque as distâncias são muito grandes dentro da ilha.

Como se Locomover pela Ilha de Santo Antão

Hiaces (também chamados de aluguer ou coletivos – para nós, vans) e táxis são os transportes da ilha. Muitas vezes, inclusive, os Hiaces se transformam em táxi, principalmente nas cidades mais afastadas do porto, já que um táxi ia se destruir todo subindo e descendo as estradas de lá.

O preço é tabelado pros Hiaces, tanto quando usados como coletivos quanto quando viram táxi privado. Não custam caro, apesar de às vezes estar-se em lugares tão isolados que a única opção é pegá-los como táxi, e aí sim é uma nota preta.

Ilha de Santo Antão

Quando precisamos de táxi (que também é um Hiace), chamamos o Robinho. Ele ajudou a gente na primeira trilha e provavelmente teria acontecido algo muito ruim se o cara não tivesse esperado por mais de duas horas no lugar que tínhamos combinado com ele.

Nos pareceu um sujeito de extrema responsabilidade e gente boa. O telefone dele é +238 997 5724.

Dinheiro em Cabo Verde

Nome da moeda: Escudo Cado-Verdiano (CVE)

Cotação (setembro/2022): 100 CVE = R$ 4,59

Lembrando que ao usar seu cartão no exterior (para fazer compras ou saques) você paga um imposto (IOF) de 6,38%.

Já ao comprar a moeda estrangeira no Brasil e viajar com ela em mãos, esse valor cai para 1,10%! Para Cabo Verde o melhor é viajar com Euro, porque você provavelmente não vai encontrar Escudos para comprar antes de chegar lá.

Para facilitar sua vida, na Confidence dá para comprar on line e escolher sacar em um caixa eletrônico ou receber na sua casa.

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Além de dinheiro vivo, o que nós mais usamos em nossas viagens para outros países é o cartão internacional da Wise, com o qual o IOF é mais baixo.

Nós achamos que essa é uma das melhores opções, principalmente porque você consegue ter várias moedas em um mesmo cartão.

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Importante saber: o CVE é indexado ao euro, ou seja, se o euro sobe, ele sobe também, e vice-versa.

Por conta disso, em alguns lugares mais turísticos (principalmente na Ilha do Sal e na Ilha da Boa Vista), o euro corre fluente no comércio, na cotação de 1 euro pra 100 escudos.

O Que Fazer na Ilha de Santo Antão

Caminhar por entre as montanhas é o passatempo turístico preferido por aqui, motivo pelo qual as Trilhas de Santo Antão são tão famosas em Cabo Verde.

Santo Antão não tem muita gente, as cidades e vilas não são muito grandes e os lados oriental e ocidental são pobremente conectados.

Ilha de Santo Antão

As praias são de mar bravio e de areia negra, bem ruins pro banho. As cidades tem um certo ar bucólico e algum charme, mas com certeza não são um atrativo. Às vezes até tem uma festinha aqui, outra acolá, mas num geral o que tem mesmo pra fazer é caminhada.

Trilha da Ponta do Sol à Cruzinha

Provavelmente é a trilha mais famosa da ilha. É uma caminhada extensa, de mais de 13km a serem percorridos em 5-6 horas (nós fizemos em 7:30h e quase morremos), com subidas e descidas pesadas e muito constantes.

Clique no título do mapa para ver mais detalhes

Pode-se fazer a trilha nos dois sentidos, ou seja, começando de Ponta do Sol e indo até Cruzinha, ou começando em Cruzinha e indo até Ponta do Sol. Nos pareceu e também nos foi dito que o sentido Ponta do Sol – Cruzinha é o mais fácil.

Ponta do Sol

Para começar a trilha é preciso pegar um coletivo (hiace) até Ponta do Sol. Custa 150 escudos por pessoa (saindo do Paúl).

Chegando lá, peça para lhe indicarem o começo da trilha (é a partir da cidade mesmo). Nós começamos a trilha às 9h da manhã.

Começo da trilha, saindo da Ponta do Sol

Fontainhas

No meio do caminho, há uma vila chamada Fontainhas, encravada num vale gigantesco, que já foi considerada uma das vistas mais bonitas do mundo.

A espetacular Fontainhas

O vale é espetacular. Se você não estiver muito apto para caminhadas longas, é possível ir até Fontainhas de carro.

Vila de Fontainhas

Vila dos Corvos e Formiguinhas

Depois de Fontainhas e de uma descida muito íngreme, fica a Vila de Corvos

Vila dos Corvos

Em seguida, a terceira e última vila: Formiguinhas. Aproveite para se abastecer de água e comer alguma coisa, porque ainda falta muita caminhada até Cruzinha (mais ou menos metade)

Trecho pesadíssimo entre as duas vilas
Trecho pesadíssimo entre as duas vilas

Cruzinha

De Formiguinhas até Cruzinha foi a parte mais pesada, principalmente por conta do sol na cabeça, mas igualmente linda. Muitas subidas e descidas e a sensação de que nunca vai acabar.

Trecho entre Formiguinhas e Cruzinha

Dicas

Não se preocupe em se perder nem nada do tipo, é um caminho só até o final. Segue-se o tempo todo beirando o mar, variando de altura com muita frequência.

Importante é combinar com a pessoa do coletivo ou com sua pousada um horário para irem te buscar em Cruzinha. Do contrário, deve-se esperar por um coletivo que disseram que normalmente só aparece no dia seguinte pela manhã.

Não pareceu legal a ideia de ficar esperando na incerteza após 6 horas de caminhada. A volta Cruzinha – Ribeira Grande foi 3000 escudos o carro. Pra baratear, melhor tentar encontrar outras pessoas na trilha pra dividir esse valor.

Trilha da Ponta do Sol à Cruzinha

Se você optar pelo caminho inverso (Cruzinha – Ponta do Sol), é possível encontrar coletivos de manhã indo para a Cruzinha ou Chã da Igreja. Após a trilha, basta pegar outro colectivo em Ponta do Sol de volta à casa.

Não esquecer de levar muita água, algo pra proteger o rosto e boas botas de trekking. É possível comprar mais água nas cidadezinhas, lembrando que após Formiguinhas serão umas 3 horas só de rocha e mar.

Cruzamos com uns 5 ou 6 grupos de turistas. Algumas pessoas optam por continuar até Chã da Igreja, mas é uma subida MUITO íngreme pela estrada, dividindo a pista com carros. Pelo menos mais 30 minutos andando.

Trilha da Cova ao Paúl

Uma trilha fabulosa, basicamente só de descida, com um visual espetacular ao extremo. Algo mágico mesmo.

Trilha da Cova ao Paul

A Cova é um lugar com muitas plantações dentro de uma cavidade vulcânica (já extinto) e de onde se tem uma vista completa da ilha de São Vicente e um pouco das ilhas de Santa Luzia e São Nicolau.

Cova

É possível fazer a trilha subindo (é coisa de maluco então nem falaremos sobre isso) ou descendo.

Clique no título do mapa para ver mais detalhes

Combinar com um táxi ou hiace para te levar até a Cova. Parece que coletivos não podem subir até lá, então não tem muita opção.

No nosso carro, o motorista perguntou se podia pegar outras pessoas. Uns locais entraram. Pode-se tentar isso para baratear a ida.

Sinagoga

Nós saímos do Paúl às 9h da manhã. Nosso motorista parou na cidadezinha de Sinagoga para mostrar a paisagem e contou um pouco da história do local, que já foi um hospital para manter leprosos isolados do resto da ilha

Sinagoga

Delgadinho

Passamos por Ribeira Grande e pegamos a estrada, daqui pra frente sempre subindo. Já bem no alto, paramos na ponte Delgadinho, que proporciona uma vista incrível do vale.

Delgadinho

Paramos em mais um ponto para fotos, mas não sei o nome desse

Mirante

Cova

Finalmente chegamos na Cova. Paramos no ponto mais alto dela para avistar a Ilha de São Vicente e o início na trilha, no outro lado da Cova

Nesse ponto já se está a mais de 1.400m de altitude, e é possível ver o mar lá embaixo

Cova

De onde o carro nos deixou foi preciso subir uns 15 minutos antes de começar a descer. Desse ponto começa-se a descida, muito íngreme

Se tiver nuvens, não se preocupe, pois é quase impossível não ter vista (incrível) para o Vale do Paúl e o mar.

Descida da Cova

A descida é por uma trilha toda em zigue zague, em meio às nuvens. O visual todo é surrealmente lindo e a sensação é de estar em marte. As fotos falam por si.

Descida da Cova
Descida da Cova

Por ser só descida o caminho é “fácil”. Não falta fôlego e não se fica tão cansado. Porém depois de meia hora as pernas já estavam tremendo muito, os joelhos pedindo socorro. Mas valeu totalmente a pena.

Descida da Cova
Vale do Paul

Cabo da Ribeira

São mais ou menos 2h até o Cabo da Ribeira, que é uma vilazinha com bar e movimento de pessoas, de onde você pode escolher continuar caminhando estrada abaixo (passando por outras vilas e cruzando o interior do vale, tão íngreme quanto antes) ou pegar um coletivo.

Cabo da Ribeira

Escolhemos a segunda opção, pois as pernas já tremiam e os joelhos não obedeciam. O coletivo custou 100 escudos até Paúl.

Outras Trilhas de Santo Antão

Tarrafal de Monte Trigo

Do outro lado da ilha, é um vilarejo bem ermo e menos acessível. Parece que é possível passar pelo ponto mais alto de Santo Antão, o Topo da Coroa (1.979m de altitude).

Ribeira Grande (ou Ponta do Sol) a Fontainhas

Uma trilha mais curtinha, que na verdade foi o começo da nossa caminhada de Ponta do Sol até Cruzinha. Dá pra ir de carro, pois até Fontainhas tem estrada.

Cruzinha (ou Chã da Igreja) à Ribeira Grande

Caminho lindíssimo por dentro do vale com uns 25km de extensão por estrada com carros.

Bares e Restaurantes na Ilha de Santo Antão

Como nos hospedamos no Vale do Paúl, basicamente só comemos e bebemos por lá. Na pracinha central de Vila das Pombas (o “bairro” principal no Paúl), há dois restaurantes: Mystik e Bar Atelier. Os dois tem PF a 250 escudos às vezes, mas o primeiro tem a comida mais gostosa. As bebidas custam o mesmo nos dois.

Já à noite, uma boa opção são as pizzas do Black Mamba, que custam entre 400 e 900 escudos e são bem gostosas. A pizza do restaurante próximo à ponte, que mais parece uma loja de conveniência, também é gostosinha e mais ou menos o mesmo preço. Comida de noite é mais difícil de encontrar por lá.

Ilha de Santo Antão

Onde se Hospedar na Ilha de Santo Antão

Paúl

Uma vila entre Porto Novo, no Sul, e o lado Norte da ilha. Pequena, bucólica e acolhedora. Tudo é de frente pro mar, tem banco, mercearias e restaurantes locais.

Nos pareceu o lugar mais tranquilo dentre as opções, além de estar bem conectado com a capital, Ribeira Grande (apenas 100 escudos de colectivo e menos de 15 minutos de viagem), e com o porto (300 escudos e uns 40 minutos de viagem).

Infelizmente não encontramos camping na ilha e acampamento selvagem parece ser proibido em Cabo Verde.

Após pesquisar, decidimos ficar no Paúl, em uma pousada recomendada por uma amiga chamada Black Mamba. A dona é a Eliane, uma italiana gente boa sempre sorridente.

Também é um restaurante e tem boas massas. O preço médio da acomodação é de 15 euros por pessoa na ilha toda.

Clique aqui para ver outras opções de hospedagem no Paul.

Ribeira Grande

É a capital de Santo Antão, com mais estrutura. Não tem muito charme e fica levemente afastada do mar. Muito bem conectada com todos os pontos da ilha.

Clique aqui para ver opções de hospedagem em Ribeira Grande.

Ponta do Sol

Uma vila bonitinha numa península, maior do que Paúl. Tem agências pra organizar passeios. A praia, como em todos os outros lugares da ilha, não é muito boa pra banho.

Clique aqui para ver opções de hospedagem na Ponta do Sol.

Porto Novo

É o porto de chegada à ilha, mas extremamente distante de todos os outros pontos interessantes. A única vantagem de se hospedar aí é a praia, mas não compensa a distância.

Clique aqui para ver opções de hospedagem em Porto Novo.

Seguro Viagem Para Cabo Verde

A contratação de seguro viagem é obrigatória para entrar em Cabo Verde.

Além disso, a comida, o sol forte e até mesmo a água podem causar algum estranhamento na gente, então é bom estar preparado para alguma emergência.

E no que se trata de Cabo Verde nós temos um motivo especial para frisar a importância do seguro: cobertura no caso de extravio de bagagem. Aconteceu com a gente.

Nós voltamos pro Brasil e nossa mala foi parar em Portugal, depois sumiu, e apareceu só semanas depois. Na época nós estávamos sem seguro e tivemos que enfrentar horas de telefonemas internacionais sem entender direito o que as pessoas estavam falando.

Esse perrengue todo podia ser evitado com um seguro (que custa bem menos do que a gente imagina).

Nas nossas viagens nós sempre comparamos os preços e vantagens de cada operadora em sites diferentes, de modo a encontrar o melhor custo/benefício. Os melhores são a Seguros Promo e a Real Seguro.

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Essa viagem a Santo Antão nos inspirou a escrever um conto de viagem, confira: Péricles pelo Mundo: Tilha e Alambique em Santo Antão

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