Como Levar Dinheiro em Viagem Internacional (Em Espécie ou Cartão)

como levar dinheiro em viagem internacional

Se você chegou até aqui é porque ainda não sabe muito bem como levar dinheiro em viagem internacional. Será que é melhor levar um cartão tipo VTM, cartão de crédito normal ou fazer câmbio e levar dinheiro em espécie? E se eu precisar sacar dinheiro no exterior? Devo levar real, dólar ou euro? Não encontro a moeda do país para comprar no Brasil, e agora?

As dúvidas são muitas e isso é natural, porque algumas coisas são bem confusas quando se trata de câmbio de moedas. Vamos começar pelo básico.

Nós temos outro post aqui no blog que trata especificamente de Como Levar Dinheiro em Uma Viagem Longa. Nele contamos nossa experiência lidando com dinheiro em nossa viagem de volta ao mundo.

Nenhum País Usa o Real e Poucos Aceitam

Parece óbvio, mas é importante frisar isso para deixar claro que o real brasileiro é uma moeda “muito fraca” no mercado internacional. Essa expressão você já deve ter ouvido em notícias de economia. Para nós, viajantes, só importa que, por causa disso, o real não é aceito em quase lugar nenhum, seja para usar diretamente no comércio ou até mesmo para trocar em casas de câmbio fora do Brasil.

Dólar ou Euro em Viagem Internacional?

Dólar e euro são as duas moedas “mais fortes” do mundo.

O euro é a moeda oficial da União Europeia, e é a moeda que você deve ter caso viaje para a Europa e arredores.

Já dólar é o nome de muitas moedas pelo mundo, mas o importante é o dólar americano, usado nos Estados Unidos. Também é abreviado para USD (United States Dollar). Quando se fala só o nome dólar, se trata do USD.

Siglas de Moedas

O dólar é USD, como dissemos acima. E qualquer moeda possui sua sigla específica de três letras. O euro é EUR, enquanto o real é BRL (Brazilian Real). Outras siglas que você vai ver sempre é o GBP (libra esterlina, usado na Inglaterra e vizinhos), CAD (dólar canadense) e JPY (iene japonês), entre muitas outras.

Como Funciona o Câmbio de Dinheiro

Esse é o terror dos viajantes. Mas tem que entender pelo menos o mínimo pra poder não deixar suas viagens muito mais caras do que deveriam.

Basicamente, existe um preço “oficial” no mercado internacional para cada moeda do mundo, e esse preço varia o tempo inteiro. Porém, se uma pessoa tem um euro na mão e eu quero comprar aquele um euro com meus reais, ela pode me dizer qualquer valor pelo euro dela. Sim, é um comércio normal em quase todos os países, sem interferência direta do governo. Eu que tenho que saber se o preço que a pessoa me disse está justo e se quero pagá-lo.

Digamos que 1 euro esteja valendo 4 reais no mercado internacional (na sigla, 1 EUR = 4 BRL). Se a pessoa aí de cima me oferecer 1 euro por 5 reais, tá caro demais. Se me pedir 3 reais pelo mesmo 1 euro, vai ser um baita negócio. O preço internacional funciona como uma referência.

Porém, como é um comércio normal, a pessoa aí de cima tem que ter lucro nessa transação. Ou seja, se ela achou o 1 euro na rua, beleza!, qualquer real que ela conseguir é lucro. Mas, digamos que ela pagou 5 reais pelo 1 euro. Daí me vender por menos de 5 reais não vai fazer sentido para ela.

Casas de Câmbio

Esse lucro que falei no último parágrafo seria a tal comissão da casa de câmbio. Bem, tecnicamente não é, mas pra fins de viagem é o suficiente que a gente saiba. Algumas casas vão dizer que tem 0% de comissão, mas tenha certeza que ela não está vendendo a moeda a preço de custo.

Cada casa de câmbio dirá seu preço. Ou seja, como em todo comércio, você terá que pesquisar o melhor preço. Todas têm o mesmo produto (a moeda), mas cada uma pagou um preço por esse produto, e querem ter um lucro diferente nessa transação.

Muitas vezes é possível negociar o preço na casa de câmbio, principalmente se você vai comprar quantidades grandes de moeda.

IOF

O IOF, ou Imposto Sobre Operações Financeiras, é um monstro comedor de dinheiro para nós viajantes. Apesar de ter sua importância no Brasil, são raros os países que tem um imposto desse tipo. Então, enquanto brasileiros, temos que pagá-lo em qualquer transação envolvendo moeda estrangeira.

Se você for trocar seus reais por qualquer moeda numa casa de câmbio no Brasil, terá que pagar 1,1% (valor de novembro/2018) sobre o preço total em reais. Não é muito, mas já deixa um pouquinho mais cara a viagem.

Já quando você saca dinheiro ou usa seu cartão de crédito no exterior, o IOF sobe para 6,38% do valor total em reais. Infelizmente não tem como fugir desse valor se sua conta bancária é do Brasil.

Mentira. Às vezes até surgem umas formas de driblar o IOF, como bancos estrangeiros ou sites que permitem realizar transações sem o imposto. Muitas delas funcionam por alguns meses, mas logo o governo brasileiro dá um jeito de bloquear isso.

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Moeda quadrada de Aruba

Como Sacar Dinheiro no Exterior

Todos os bancos brasileiros permitem realizar saque no exterior. Ou seja, em todos os países com um mínimo de turismo é possível levantar dinheiro da sua conta já na moeda local. As exceções são raríssimas.

Para efetuar o saque, basta ter um cartão de débito internacional e que o mesmo esteja habilitado para uso no exterior. A maior parte dos bancos possibilita fazer isso direto pelo aplicativo ou internet banking, caso seu cartão seja internacional. Os cartões hoje em dia costumam ser múltiplos, ou seja, possuem a função crédito e débito. A função de crédito também pode ser usada para saques no exterior, mas eu não faria isso se fosse você, e explicarei mais embaixo.

Quase todos os países do mundo aceitam as duas bandeiras de cartão mais famosas (MasterCard e Visa). Caso você esteja indo para um destino menos comum, como interior da África, Ásia Central ou Polinésia Francesa, é bom se certificar que lá a bandeira do seu cartão é aceita.

Também esteja atento para o fato que saque no estrangeiro é um serviço oferecido pelo banco, ou seja, ele vai cobrar uma tarifa por isso. Toda conta tem um pacote de serviços vinculado, e alguns desses pacotes oferecem uma quantidade de saques no estrangeiro por mês. Você deve consultar isso no site do seu banco antes de viajar, para não ter surpresas desagradáveis. De repente valha a pena negociar um pacote de serviços diferente.

Como exemplo, o Santander cobra R$25 por cada saque. Não é um dinheiro que você quer jogar fora assim por nada.

Caixas Eletrônicos no Exterior

Quase qualquer país que você esteja planejando visitar tem caixa eletrônico. Os caixas podem ser de bancos específicos ou de uma rede, como o Banco 24 Horas. Os bancos ou redes podem cobrar tarifas extras para realizar saque com um cartão estrangeiro (nesse caso, o seu cartão). É importante estar atento a isso. Aqui no Caminhos Me Levem nós sempre damos a dica de qual caixa é melhor pra usar em cada lugar do mundo.

Cartão de Crédito no Exterior

O cartão de crédito também precisa ser um cartão internacional para funcionar no exterior. Todos os bancos brasileiros pedem que você habilite o cartão para uso no exterior, o que pode ser feito no aplicativo do seu banco.

Digamos que você está na Colômbia. Quando efetuar uma compra com o cartão de crédito, o valor será processado em pesos colombianos (COP). Daí esse valor em COP será convertido para dólar americano (USD), enviado para o seu banco, que o converterá para reais (BRL).

Aqui é importante notar que cada banco trabalha com uma conversão diferente, pois é a mesma história das casas de câmbio ali em cima. Por exemplo, na nossa experiência, o Itaú oferece uma taxa de conversão absurdamente alta, enquanto a Caixa costuma oferecer taxas muito boas.

E sobre aquele assunto do saque com cartão de crédito no exterior, não o faça. Você pagará uma tarifa altíssima pelo serviço prestado pela companhia do cartão, além da taxa de conversão ser ainda pior do que a do banco. Só em caso de emergência mesmo!

Entrando e Saindo de um País com Dinheiro

Valores altos em dinheiro vivo devem ser declarados quando se entra num país. Normalmente esse valor é de 10 mil dólares. Coisa de filme ter uma maleta com 10 mil dólares em dinheiro vivo, então nem se importe muito com essa questão.

Mas é importante atentar para isso: caso o país que você esteja não use uma “moeda forte”, as chances de você conseguir vender bem essa moeda por reais no Brasil são pequeníssimas. Explico: as casas de câmbio no Brasil trabalham com algumas moedas “fortes”, como dólar, euro, libra, iene e dólar australiano. As fracas, como peso argentino, dinar marroquino e lira turca, são muito difíceis de encontrar e você não conseguirá um bom preço por elas.

Se sobrar dinheiro na sua mão ao fim da sua viagem, o melhor é trocá-lo por alguma moeda “forte” (normalmente dólar ou euro) para poder vender de volta no Brasil. Casas de câmbio no Brasil te darão reais em troca dessas moedas.

E um fato curioso: algumas moedas só podem ser comercializadas no próprio país, como é o caso de Aruba e Marrocos. Ou seja, ao cruzar a fronteira, a moeda perde o valor completamente, e você não vai conseguir vende-las em lugar nenhum do mundo que não seja o país de origem.

Cartão Pré-Pago de Viagem (VTM) e Cheques de Viagem

Bem, cheque de viagem não se usa mais no Brasil, mas é basicamente um papel que você trocava por dinheiro em alguns lugares. Já foi a única opção dos viajantes, em tempos bem longínquos.

O cartão VTM (Visa Travel Money) e o cartão de viagem da Mastercard já foram ótimas opções também. Você carrega em qualquer casa de câmbio e depois pode sacar em qualquer caixa eletrônico que aceite aquela bandeira ou efetuar compras. Há poucos anos atrás, era cobrado IOF de 0,38% em cima do valor carregado. Hoje em dia, o IOF é de 6,38%, ou seja, igual o do cartão de débito do seu banco. As compras são livres de tarifa, mas cada saque é tarifado.

É possível carregar várias moedas diferentes no mesmo cartão, o que pode baratear um pouco a sua viagem, caso você vá viajar por muitos países de moedas “fortes” diferentes. O que raramente acontece.

Western Union e TransferWise

Essas são duas opções que funcionam melhor para quem reside no exterior, mas como são nomes grandes e sempre em voga, a gente fala um pouquinho aqui deles.

O Western Union funciona como um correio de dinheiro. Você vai numa loja da Western Union (pode ser por telefone também, tendo uma conta cadastrada) e diz que quer enviar dinheiro pra alguém. Depois de efetuada a transação, esse alguém vai poder ir a uma agência retirar o dinheiro que você enviou.

Se você estiver viajando e perder todo seu dinheiro e seus cartões, alguém pode lhe enviar um dinheiro. Mas as taxas são assustadoras e envolve IOF. Então, para viajantes, só numa emergência mesmo.

Já o TransferWise é ainda mais específico, porque serve para enviar dinheiro entre contas bancárias. Sem uma conta no exterior, nada feito. Mas pode valer a pena caso você conheça alguém no país que receba o dinheiro pra você.

Como Usar Caixa Eletrônico no Exterior

Para quem não fala a língua do país em que se está viajando, usar o caixa eletrônico pode ser um problema na parte de entender as palavras na tela. Bem, a parte boa é que a maior parte dos caixas internacionais tem a opção de mostrar as instruções em inglês. Melhor assim.

Mas se você tampouco domina o inglês, aqui vai a sequência mais ou menos das etapas do saque em caixa eletrônico no exterior:

Na tela inicial estará escrito na língua local para inserir o cartão.

– Quando o caixa eletrônico reconhecer que seu cartão é internacional, perguntará em que língua você prefere que seja o atendimento. Mesmo se eu entendo a língua local, coloco em inglês, por ter certeza do que significa cada termo.

– Caso lhe seja perguntado o que deseja fazer, procure a opção Withdrawal ou Withdraw Money, que significa saque de dinheiro.

– Algumas vezes aparecerá a opção: Maestro ou Mastercard. No caso do cartão Visa, as opções serão Electron/Plus ou Visa. Se você escolher Maestro/Electron/Plus, o dinheiro será sacado da sua conta bancária. Se escolher Mastercard/Visa, a operação será feita com o cartão na função crédito (algo que a gente sugere aí em cima que só seja feito numa emergência).

– Após selecionar a opção Maestro/Electron/Plus, caso lhe tenha sido perguntado, o caixa perguntará de qual conta você quer sacar. As principais opções aqui são Checking Acount (conta corrente) ou Saving Acount (conta poupança). O mais normal é ter o dinheiro na conta corrente para sacar, pois alguns bancos brasileiros nem aceitam ou cobram a mais para que seja feito saque internacional em conta poupança.

– Daqui pra frente varia muito, mas alguns caixas lhe perguntarão se você deseja imprimir o recibo da operação (Print Receipt), o que é sempre bom responder Yes.

– Pode ser que lhe seja pedido para fazer uma doação (a palavra Donation aparecerá em alguma parte da frase), pro que é melhor responder No. Se você nem sabe o que tá escrito na tela direito, imagina fazer uma doação pra uma instituição que você nem sabe pra que serve.

– Algumas vezes lhe será perguntado se deseja conhecer as taxas envolvidas na transação (a expressão chave aqui é Transaction Fee). Caso apareça na pergunta a expressão “Your Bank”, responda No, porque essa consulta nunca dá certo, já que os bancos no Brasil trabalham com pacotes de serviços. Caso não apareça a expressão “Your Bank” e ainda lhe tenha sido informada a taxa que o caixa eletrônico vai te cobrar, então é melhor responder Yes para poder saber quanto você vai pagar pelo saque (além da taxa do seu banco no Brasil).

– Lembre-se que a expressão PIN significa a senha do cartão, e Amount significa montante. A senha normalmente é de 4 números. Ou seja, se a sua senha tiver 6 dígitos, use apenas os 4 primeiros.

10ª – Pegue seu dinheiro, conte e guarde o comprovante para eventuais reclamações com o seu banco ou com a administradora do caixa eletrônico.

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2 comentários em “Como Levar Dinheiro em Viagem Internacional (Em Espécie ou Cartão)”

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